O Parlamento nacional aprovou hoje, por unanimidade, um voto de congratulação, pelos 100 anos do ‘Almanaque do Camponez’, por iniciativa dos deputados socialistas açorianos, Carlos César, Lara Martinho e João Castro
“Em 1917, Manuel Joaquim de Andrade, proprietário da Tipografia e Livraria Andrade, uma das mais antigas dos Açores, situada na cidade de Angra do Heroísmo, editou pela primeira vez o ‘Almanaque do Camponez’”, lê-se. “Ao longo dos seus 100 anos de publicação ininterrupta têm sido os seus conteúdos formativos, informativos, socioculturais e de entretenimento que têm garantido a continuidade do ‘Almanaque do Camponez’, acrescenta o texto.
Os deputados do PS salientam ainda que “as informações meteorológicas que, ao longo do ano, avisam os seus consultores quanto ao estado do tempo e aconselhando os agricultores quanto a sementeiras e colheitas são, também, de relevar”, assegurando que “foi o projeto mais emblemático saído da Tipografia Andrade, que em virtude do fecho da mesma, em 1984, começou a ser impresso nas Gráficas de Angra, mantendo, até aos dias de hoje, os mesmos formatos e aparato gráfico”.
Os deputados reconhecem ainda que “em tempo de iliteracia quase geral nos Açores, era uma das publicações que despertava interesse na leitura, sendo conhecidas tiragens de 9 000 exemplares, distribuídos e vendidos em todas as ilhas dos Açores, na Madeira e no continente português”, mas que foi também um elo de ligação com a diáspora a quem ajudou a “manter as raízes e vivências”.
No voto aprovado, os socialistas lembram que “a persistência e êxito de Manuel Joaquim de Andrade na publicação do ‘Almanaque do Camponez’ levou a que lhe fosse concedida a insígnia de ‘Cavaleiro da Ordem de Mérito Agrícola e Industrial’ e aplaudem o facto de os descendentes terem seguido os seus passos, cabendo ao bisneto Luís Filipe de Matos Andrade manter e cumprir a publicação do “Almanaque do Camponez”.