Ricardo Serrão Santos foi um dos anfitriões do evento “Evidence Matters" que se realizou, esta quarta-feira, no Parlamento Europeu, em Bruxelas. A iniciativa que tem como objetivo afirmar, a partir de casos reais, a importância das evidências científicas para a construção de políticas públicas como as relacionadas com o ambiente, clima, oceanos, pescas e agricultura, foi co-organizada com a “Sense About Science”, uma organização sem fins lucrativos, e juntou mais de 100 cidadãos europeus, eurodeputados e o Comissário europeu Carlos Moedas. Serrão Santos, que interveio na sessão como anfitrião, afirmou que “transformar evidências científicas em boa governação é uma questão complexa e, muitas vezes, mal gerida”. Para o eurodeputado “não teremos êxito se trabalharmos apenas com cientistas e políticos. Precisamos do envolvimento de cidadãos bem informados e, hoje em dia, isso depende de uma verdadeira identificação das evidências, separando aquelas que são verdadeiras das que não passam de pós-verdades” Referindo-se ao recente anuncio de abandono dos Estados Unidos do acordo sobre as alteracões climatéricas alcançado em 2015 em Paris, o eurodeputado socialista disse que “em 2017, um novo presidente eleito de uma das nações mais poderosas de um planeta que precisa de ser salvo negou a evidência de quase um século, colocando a culpa numa conspiração chinesa que teria como objetivo enfraquecer o seu país”. O facto é que, enfatizou Serrão Santos, “ele está negando a evidência científica construída também pela reputada ciência do seu próprio país”. Entre os cidadãos europeus que apresentaram, em intervenções de um minuto, casos reais de valorização das evidências cientificas, esteve a bióloga açoriana, Carla Coutinho, que se referiu à observação de baleias e golfinhos, tendo defendido que “a regulamentação baseada em evidências [aplicada nos Açores] deveria ser seguida por toda a Europa. Afinal, muitas das baleias dos Açores também visitam outras costas europeias”, chamou ainda a atenção para o facto de estar “iminente uma atualização nesta lei com base em novos estudos científicos. Queremos garantir que a observação de baleias e golfinhos seja uma atividade sustentável e que permita uma continuidade da monitorização de baleias e golfinhos”. O evento deste ano vem na sequência de outro que ocorreu em 2016 no parlamento inglês.