O Presidente do Governo elencou hoje a sustentabilidade, a qualificação, o combate à sazonalidade e a diversificação dos mercados como quatro dos desafios do setor turístico na Região, salientando que o “turismo só valerá a pena nos Açores na medida em que valer para os Açorianos”.
“De entre os vários desafios com que o setor turístico está confrontado, consta, desde logo, o desafio da sustentabilidade, não apenas a ambiental, mas também nas componentes económica e social. Essa relação nunca pode ser esquecida, porque é nela que reside a matriz daquilo que temos feito de políticas públicas dirigidas ao Turismo”, afirmou Vasco Cordeiro.
Na cerimónia que assinalou o Dia Mundial do Turismo, realizada em parceria entre o Governo dos Açores e a Confederação do Turismo de Portugal, o Presidente do Governo salientou que estão em curso medidas para garantir esta sustentabilidade, apontando o exemplo da decisão de certificar os Açores como Destino Turístico Sustentável, ao abrigo de um processo que segue os critérios do Global Sustainable Tourism Council, organização acreditada junto das Nações Unidas.
Na sua intervenção, Vasco Cordeiro destacou ainda a componente da sustentabilidade social, no sentido de permitir que este setor “seja encarado como uma via de realização e como uma área de desenvolvimento da Região”.
“Em todo este processo há uma iniciativa que está em curso e que visa criar o enquadramento para esta sustentabilidade e esse crescimento que queremos que continue a acontecer”, sublinhou Vasco Cordeiro, referindo-se à revisão do Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA), que ainda este ano será enviado para a Assembleia Legislativa para ser aprovado.
Outro desafio realçado nesta ocasião tem a ver com a qualificação, que está ligado ao objetivo de criação de valor no setor turístico, referiu o Presidente do Governo, defendendo que, nesta matéria, é necessário suscitar da parte de toda a sociedade açoriana uma cada vez maior “consciência do significado que o desenvolvimento do setor pode ter para cada um” dos Açorianos.
Além disso, o Presidente do Governo sublinhou a necessidade de prosseguir e reforçar as medidas e as condições para reduzir ainda mais a sazonalidade, apesar do percurso já feito, que permitiu baixar essa taxa nos Açores em cinco pontos percentuais entre 2014 e 2018.
Um quarto desafio tem a ver com o reforço da diversificação dos mercados emissores de turistas para os Açores, referiu Vasco Cordeiro, para quem o “percurso impressionante” de crescimento dos últimos anos não deve resultar em acomodação.
“O que nos deve motivar é o que está à nossa frente, aquilo que temos de fazer melhor e diferente, porque é aí que reside também esta ideia de sustentabilidade”, concluiu Vasco Cordeiro.
De acordo com os dados oficiais, os Açores são, desde 2015, uma das regiões do país com maiores níveis de crescimento turístico, ultrapassando, em 2018, a fasquia das 2,5 milhões de dormidas.
O ano passado representou, assim, um crescimento de 7,5% face a 2017, com cerca de 840 mil hóspedes, e perto de 95 milhões de euros gerados apenas na hotelaria tradicional.
No espaço de seis anos - 2012 a 2018 - registou-se um crescimento de cerca de 150% no número de dormidas totais e de cerca de 140% nos proveitos da hotelaria tradicional.
GaCS/PC