Francisco César faz um balanço positivo da reação à passagem do Furacão Lorenzo – “um fenómeno extremo e praticamente inédito nos Açores” -, mas defende que é preciso falar com honestidade às pessoas sobre o processo de recuperação: “Nós vamos fazer o que for necessário, com os meios que temos, para já, disponíveis, para minorar o impacto na vida das pessoas (…) mas vamos ser claros, a situação que temos não é de normalidade”.
O Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores falava esta terça-feira, no âmbito da interpelação em Plenário, onde foram debatidos os danos provocados “em todas as ilhas”, em habitações, em estruturas portuárias e em diversos setores de atividade, com prejuízos estimados em mais de 300 Milhões de Euros.
Francisco César começou por realçar a “reação” ao furacão, por parte da população, do Governo e de diversas entidades, considerando que é preciso refletir sobre as consequências das alterações climáticas, “que irão afetar-nos, cada vez mais e de uma forma mais extrema” e que exigem, também, “preparar as populações porque já não é uma simples tempestade que nos pode afetar e as medidas tradicionais podem já não ser suficientes”.
O líder da bancada socialista destacou, ainda, a prontidão do Governo da República que, desde a primeira hora acompanhou os trabalhos em curso, que rapidamente esteve presente na avaliação dos estragos e nas respostas mais urgentes e cuja “solidariedade se deverá agora materializar em apoio à nossa Região”.
“Se olharmos com honestidade intelectual para aquilo que se passou, o momento de resolução, de limpeza de um conjunto de estragos que tivemos nas nossas infraestruturas e de necessidades urgentes que as nossas populações tinham, foi um momento em que não houve nada de negativo que se assinalasse”, realçou Francisco César, referindo-se à intervenção das populações, do Governo, de empresas, das forças armadas “de gente que esteve de forma solidária, e também cumprindo a sua obrigação de tentar repor algum tipo de normalidade”.
Agora, para a fase de reconstrução, o líder parlamentar considera que é preciso honestidade e cuidado na forma como se gerem as expetativas da população, referindo, por exemplo, o que se passa na ilha das Flores: “Nós temos o Porto das Lajes das Flores praticamente destruído e, portanto, vamos ser claros com as pessoas e dizer-lhes a verdade – não há possibilidade, num curto espaço de tempo, dos navios que antes faziam a sua operação, fazerem o mesmo agora. Essa é a realidade, não há outra”.
Francisco César avisa que os “constrangimentos” vão existir para as pessoas, para as empresas e para as entidades, pelo que os próximos desafios passam por se ser “responsável” nas exigências que se fazem; pela “disponibilidade” de todas as forças politicas para “garantir a resolução dos problemas” e pela “solidariedade” para com as populações afetadas.