Opinião

Voluntariado

Num mundo em constante mudança e em que cada vez mais as pessoas estão ocupadas com os seus afazeres profissionais e em que os tempos livres são ocupados com sofisticados momentos mais ou menos solitários (computador, jogos de vídeo, televisão nas suas múltiplas ofertas, etc.), quase não resta tempo para dar aos outros. Hoje em dia cada vez menos cidadãos assumem o voluntariado como forma de realização pessoal e de afirmação de cidadania. Na Ilha Graciosa, e como referi neste mesmo espaço na passada semana, temos gente espalhada pelos clubes que se dedica afincadamente a acções de interesse para a sua comunidade e, como tal, no pleno exercício do voluntariado. Mas não é só. Existem outras entidades que, felizmente, ainda contam com pessoas que roubam muito do seu tempo para o dedicar a acções de interesse social e comunitário. O desporto, o teatro, a música, a protecção de pessoas e bens, o apoio social e outras sem fins lucrativos, são áreas que estão dependentes de pessoas que intervêm abnegadamente e de forma desinteressada ao serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade. Mesmo dentro de cada profissão existe espaço para o voluntariado e são muitos os exemplos de profissionais que, depois do seu horário de trabalho, ainda têm tempo para dedicar aos outros. No passado domingo faleceu o senhor Tomás Picanço, autarca muito conhecido na Graciosa. Para além da sua longa e reconhecida dedicação à causa pública, foi também um exemplo na sua entrega ao serviço da sua freguesia e da sua ilha. Nunca se acomodou, como muitos fazem, e para além dos seus afazeres pessoais e da sua intensa actividade política, ainda deu muito do seu tempo e do seu saber em prol de causas em que acreditava. O Ano Europeu do Voluntariado é o momento certo para reconhecer o muito trabalho e tempo que cada um deles oferece ou ofereceu à sua comunidade, sem esperar nada em troca.