“Nós não podemos generalizar abusivamente, com poucos dados ou com uma amostra que se calhar nem conhecemos bem, para invocar melhorias sobre um sistema educativo como o que temos nos Açores. A média como medida de tendência central apresenta muitas fragilidades em qualquer análise onde estão em causa fenómenos sociais”, alertou José Contente.
O deputado socialista falava esta terça-feira na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na cidade da Horta.
Intervindo num debate sobre o insucesso escolar, José Contente enalteceu “aqueles que se dedicam às ciências da educação todos os dias” e lembrou que “as médias são medidas muito frágeis” para analisar “sistemas complexos”.
José Contente criticou a oposição por “recorrer a posturas demagógicas e populistas”, apelando a que façam uma “análise rigorosa de todos os números, não apenas assente em notícias da imprensa, que obviamente não representam um método rigoroso do ponto de vista de apreender todas as dimensões do problema”.
“Há de facto muitos fatores que podem influir em estudos sobre a educação, como a retenção ou o insucesso escolar”, destacou o deputado socialista.
José Contente rejeitou também a “falsa e sistemática invocação da questão do betão nos Açores pela oposição”, explicando que a “Região Autónoma dos Açores acautelou – e bem – a utilização de fundos comunitários à sua disposição para melhorar as escolas, conforme as prioridades estabelecidas pela comunidade europeia”.
“Há aqui um percurso feito nos Açores ao nível da educação que não pode ser escamoteado. O objetivo da avaliação, ao contrário do que muitos pensam, é identificar e acompanhar as dificuldades da aprendizagem e não apenas, como a oposição pretende fazer, de documentar o fracasso”, frisou José Contente.