Vasco Cordeiro colocou várias questões ao Executivo de José Manuel Bolieiro sobre que medidas contempla e prevê para lidar com as consequências políticas, sociais e económicas para os Açores da invasão russa da Ucrânia, não tendo, no entanto, recebido respostas concretas.
Vasco Cordeiro apresentou medidas concretas para lidar com estas condicionantes que, inevitavelmente, chegarão aos Açores.
Na cidade da Horta, o líder parlamentar do GPPS realçou que a situação é “séria e é grave”, sobretudo para os empresários Açorianos, “que sofrem especialmente o impacto do aumento dos combustíveis, do aumento dos cereais, do aumento das rações, da farinha para a panificação, dos fertilizantes”.
O deputado do PS lamentou que os vários partidos se tenham concentrado em discussões acessórias, recentrando o debate nas medidas e respostas que o Governo deve desenvolver para lidar com os impactos económicos que a guerra trará, também aos Açores.
Vasco Cordeiro entende que o Governo dos Açores deveria dividir a sua atuação em duas grandes áreas, “uma dedicada à ajuda humanitária aos refugiados e às populações deslocadas e uma segunda respeitante às medidas dirigidas à situação económica”.
O líder parlamentar do PS reconheceu que o Governo está a dialogar, mas perguntou “do ponto de vista concreto, o que está este Governo a fazer?”.
“Com que números trabalha o Governo Regional quanto à nossa capacidade de acolher refugiados? Está feito o levantamento ao nível da Educação ou da Habitação? A barreira da língua vai ser um problema? Ao nível do emprego, que medidas?”, indagou.
Reconhecendo os apelos do Governo à generosidade dos Açorianos que, na sua opinião, têm respondido de forma exemplar”, Vasco Cordeiro questionou se o Governo dos Açores “já fez algum donativo? Quanto?”, pergunta que ficou sem resposta.
“O Governo Regional avalia a possibilidade, por exemplo, de destacar verbas para adquirir lacticínios dos Açores? De contratar a SATA para levar essa carga até um país vizinho da Ucrânia e trazer refugiados? Pondera isso? Não temos respostas”, frisou.
Na componente económica, Vasco Cordeiro realçou que os efeitos desta crise não serão de quebra na faturação, “mas antes um aumento de custos”.
“Pegar num programa, como o APOIAR.PT, desenhado para lidar com a quebra de faturação e não para lidar com o aumento dos custos de produção, não vai dar certo”, alertou Vasco Cordeiro.
Centrando-se no brutal aumento de combustíveis registados nos Açores no último ano, Vasco Cordeiro convidou o Governo a repensar a componente regional da carga fiscal, que já rendeu aos cofres da Região mais 8,5 milhões de euros.
“Entre o princípio de 2021 e o princípio de 2022, nos Açores, a gasolina subiu 29%, o gasóleo subiu 42%, o gasóleo agrícola subiu 77% e o gasóleo pescas subiu 113%”, o que “nada teve a ver com a guerra na Ucrânia”, sublinhou.
Vasco Cordeiro desafiou a fixar a carga fiscal sobre os combustíveis na Região no limite mínimo, no prazo de um ano ou ano e meio
Salientando que a questão energética “não passa apenas pelo aumento das renováveis, mas deve ir além disso, com uma visão integrada”, o líder parlamentar do PS questionou o Governo se “já tem em curso alguns contactos em curso quanto ao Porto da Praia da Vitória e ao Gás Natural Liquefeito?”.
“O tempo é para acelerar a utilização das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, reavaliar as prioridades, que é o que se faz em tempo de crise, como esta que nós vamos passar. Mas o que já todos percebemos é que vamos entrar numa tempestade e não temos nem marinhagem, nem comandante para este barco”, finalizou o presidente do GPPS, Vasco Cordeiro.