Tiago Lopes realçou esta quinta-feira que o Governo Regional “não apresenta, nem divulga, qualquer tipo de plano para recuperar o atraso que já leva na implementação do Hospital Digital”, um projeto no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que “é importante para melhorar o acesso dos Açorianos à Saúde e não pode ficar na gaveta”.
O deputado socialista falava à saída de uma reunião entre uma delegação do Grupo Parlamentar do PS e o Conselho de Administração do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT).
O Hospital Digital representa um investimento na ordem dos 30 milhões de euros, ao abrigo do PRR, que pretende garantir um melhor acesso ao Serviço Regional de Saúde a todos os Açorianos, por via da digitalização, reforçando as competências digitais dos profissionais de saúde e dotando o SRS de infraestruturas tecnológicas, equipamentos, meios complementares de diagnóstico e terapêutica, capacidade de rastreio e meios informáticos.
"Este atraso, que é já bastante significativo, e que foi também sinalizado pelo próprio Conselho Económico e Social dos Açores (CESA), não tem a ver com as instituições, mas sim com alguns atrasos que subsistem na tutela da Saúde que podem por em causa as verbas do PRR”, alertou o deputado do PS.
Tiago Lopes recordou que o atraso da implementação do Hospital Digital já vem sendo reportado “há meses” e considerou “alarmante” que da parte da Secretaria Regional da Saúde e do próprio Governo “não seja conhecido um plano de recuperação deste atraso, que não se saiba o que é que a tutela da Saúde prevê”.
O parlamentar do PS realçou que este atraso “pode condicionar a utilização de fundos comunitários por parte da Região ao nível do PRR” e que “o facto do Governo estar sistematicamente a alterar metas e prazos definidos é sintomático da sua inabilidade em implementar o PRR”.
Tiago Lopes manifestou, igualmente, a preocupação dos deputados socialistas com a redução muito significativa do orçamento HSEIT para 2023, um corte de cerca de 1 milhão de euros, que “dificulta a capacidade desta instituição fazer face aos seus compromissos e responsabilidades com terceiros, como as Casas de Saúde” ou em “fazer face ao aumento dos custos energéticos”.
Outra questão abordada nesta reunião tem a ver com o facto de ainda subsistirem no HSEIT “muitos enfermeiros com contratos ao abrigo do regime excecional que foi criado para fazer face à pandemia de COVID-19, com contratos que ainda não foram regularizados” e também médicos especialistas que “terminaram as suas especialidades o ano passado e que não têm ainda os seus contratos regularizados”.
“Estas são questões às quais o Governo Regional deveria dedicar mais atenção e não vemos isso a acontecer”, finalizou o deputado do GPPS, Tiago Lopes.