Joana Pombo realçou, esta sexta-feira, que é por “desnorte e por sucessivas contradições” do Governo Regional do PSD-CDS/PP-PPM, apoiado pela IL e pelo Chega, que se vai avançar para uma situação de enterramento de composto não crivado na ilha das Flores.
A deputada socialista falava após a audição do Secretário Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, Alonso Miguel, que evidenciou o “ziguezaguear do Governo Regional” em toda esta questão, com a sua “inoperância ao longo de quatro meses e as suas sucessivas trapalhadas”.
"Esta audição foi deveras importante, pois permitiu compreender que todo o processo está envolto numa enorme incapacidade de decisão, até porque houve reiterados alertas do próprio Centro de Processamento de Resíduos da ilha das Flores de que estaria a ocorrer uma acumulação de resíduos, por dificuldades de escoamento, relacionadas com as dificuldades portuárias vividas no Porto das Lajes das Flores”, frisou.
Confrontada com alegações, lançadas pelo próprio Secretário Regional, de que o PS terá tido uma “postura alarmista e demagógica”, Joana Pombo esclareceu que o alarmismo partiu do próprio Presidente do Governo Regional, José Manuel Boleiro que, em visita estatutária, anunciou o enterramento de 1.300 toneladas de resíduos, numa ilha que é reserva da Biosfera da UNESCO.
"Qualquer governante, especialmente o Presidente do Governo dos Açores, tem de ter a noção daquilo que anuncia. O Presidente do Governo falou em ‘resíduos’, que abrange todo o tipo de resíduos, indiferenciados. O Secretário Regional tem vindo atrás, à posteriori, falar em ‘composto estabilizado não crivado’, procurando emendar a mão. Só por aí já se confirma que o alarmismo partiu de José Manuel Bolieiro”, explicou.
“O Presidente do Governo anunciou o enterramento de 1.300 toneladas de lixo, de resíduos, a 20 de junho, porque não havia contentores disponíveis para escoar estes resíduos mas, a 5 de julho, estes contentores já apareceram. O Presidente do Governo anunciou o enterramento sem articular com os municípios e sem explicar como seria feito, procurando empurrar responsabilidades para as autarquias e demarcando-se do problema. É uma trapalhada sem igual”, frisou Joana Pombo.
Joana Pombo reiterou “a importância de se realizar uma crivagem (peneirar) ao composto que se encontra acumulado” antes de se proceder ao seu enterramento, de forma a “minimizar os danos ambientais”, um procedimento que o Governo Regional tem rejeitado por “teimosia política”.
"Esta audição do Secretário Regional do Ambiente e Alterações Climáticas veio confirmar que o enterramento do composto na ilha das Flores não será feito nas condições corretas. O PS discorda desta decisão do Governo, da forma como será implementada e estará atento a toda esta operação”, finalizou a deputada do PS, Joana Pombo.