Comunicado: PS lamenta o reduzido investimento na Graciosa

PS Açores - 28 de julho, 2023

O Secretariado do PS – Graciosa reuniu para analisar a situação política local e regional, no final de mais uma sessão legislativa e lamentou que o Governo Regional do PSD/ CDS-PP/PPM, apoiado pelo Chega e IL, tenha virado as costas aos Graciosenses, facto confirmado pelo exíguo investimento realizado nesta ilha, em que dos 31,5 milhões de euros previstos para 2022, apenas foram executados 5,5 milhões, resultando numa das piores taxas de execução dos Açores.

Executando uma pequena parte do previsto, este Governo dá nota da insensibilidade para apoiar a agricultura, o turismo e as pescas, pilares fundamentais da economia da ilha, áreas que registaram execuções muito abaixo do que seria necessário. Por outro lado, tem sido incapaz de resolver os problemas, e são muitos, que afligem a população da ilha Graciosa.

É o caso da saúde. A prestação de serviços aos cidadãos tem vindo a deteriorar-se de dia para dia. Demora nos atendimentos, listas de espera para consultas e cirurgias e a falta de médico de família, são algumas das queixas, entre muitas outras, que nos tem chegado por várias vias.

A questão do quadro médico, sempre uma preocupação para a população, vai piorar com a saída do médico interno, que é também diretor clínico, e ainda com a saída prevista de mais dois médicos, um em setembro e outro até ao final do ano, sem ter havido uma atempada preocupação em organizar os concursos para as suas substituições.

Já o setor das pescas debate-se com um atraso de mais de 2 anos do chamado POSEI Pescas e o Porto da Graciosa está a ser gerido com base num populismo sórdido que está a pôr em causa o futuro da pesca na ilha. Chegamos ao cúmulo de o Secretário Regional tomar decisões com base em pedidos de Presidentes de Junta de Freguesia de outra ilha.

Criam-se regras para mudá-las logo a seguir e a pedido. Os armadores e pescadores exigem que o Secretário venha cá resolver com eles o caos existente naquele Porto e em resposta o responsável pela tutela organiza uma reunião em S. Miguel, na qual apresenta um documento aos pescadores como consumado e que prejudica gravemente os pescadores Graciosenses.

Aqui vão ser criados, segundo o novo panfleto que circula entre os pescadores, 4 lugares para embarcações com 10 metros ou mais e 10 lugares para embarcações com 9 metros ou menos. 

O assunto da Marina da Barra também preocupa os Graciosenses, nesta altura em que o Secretário do Mar e das Pescas se prepara para expulsar do Porto de Pescas da Praia os pescadores lúdicos através de um regulamento que vem substituir um outro regulamento com dias apenas.

Apesar da primeira fase estar concluída desde setembro de 2020, num investimento de 7 milhões de euros, e de ter o projeto pronto, com verbas cabimentadas na rubrica Marina dos Açores e que não foram executadas e, ainda para mais, com uma resolução aprovada na Assembleia com os votos contra da coligação, este Governo já está a empurrar a sua concretização para o final de 2024. Não se percebe este atraso porquanto ainda há bem pouco tempo o PSD da Graciosa gritava que esta obra era muito urgente.

Também lamentamos a total ostracização dos programas ocupacionais por questões meramente ideológicas para permitir a satisfação da direita radical. Como se sabe, estes programas permitiam assegurar alguns serviços que agora estão ao abandono, como é o caso da limpeza das bermas das estradas regionais e municipais.

Não é só o investimento público que está parado na Graciosa. O investimento privado estagnou desde que este Governo entrou em funções. São quase 3 anos de ausência de incentivos para as empresas e, sobretudo, de incerteza para as micro e pequenas empresas que se veem sem qualquer ajuda e sem perspetivas de futuro. Por outro lado, quem quer investir no turismo tem-se debatido com inusitadas dificuldades que, segundo os seus promotores, não se verificam noutras ilhas.

Assim, pelas razões expostas, o Secretariado do PS Graciosa só pode dar nota negativa a este Governo que tem primado pela ausência, pela falta de ideias e, sobretudo, pela falta de soluções para os inúmeros problemas que estão a afetar a ilha e todos os Graciosenses.