Sandra Dias Faria realçou, esta quarta-feira, que os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos à situação do desemprego em Portugal, referente ao 2º trimestre de 2023, “confirmam a tendência crescente do desemprego nos Açores, a contraciclo com todas as restantes regiões do país”.
Verifica-se, afirma a dirigente do Partido Socialista dos Açores, “um forte agravamento do desemprego nos Açores já que a taxa de desemprego é de 6,7%, a segunda maior taxa de desemprego de Portugal, acima da taxa de desemprego nacional que é de 6,1%”.
Sandra Dias Faria salientou, de facto, que os Açores são “a única região do país onde o desemprego subiu”, relativamente ao trimestre anterior (+0,5 pontos percentuais).
“Há uma diminuição do número de empregados em relação ao trimestre anterior e em relação ao trimestre homólogo de 2022 e é preciso ter presente que, nestes três anos de Governo Regional PSD-CDS/PP-PPM, com o apoio da IL e do Chega, o desemprego foi superior ao desemprego nacional em 70% dos trimestres”, frisou.
De forma “ainda mais significativa”, prosseguiu, nos três anos deste Governo de direita, o desemprego “foi em média 0,2 pontos percentuais acima da média nacional”, enquanto que nos Governos do PS, o desemprego foi, em média, “1,3 pontos percentuais abaixo da média nacional”, o que evidencia “uma grande diferença na governação”.
Sandra Dias Faria referiu, igualmente, os dados oficiais do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA), que revelaram que “no 2º trimestre deste ano, dentro da população em idade ativa, havia cerca de 8.400 Açorianos desempregados. Ora isto é um aumento de 7,7% face ao primeiro trimestre deste ano e de mais 15,1% de desempregados, relativamente ao 2º trimestre de 2022”.
A dirigente do PS/Açores fez também notar que no número de Açorianos empregados (aproximadamente 116 mil), houve uma “diminuição de 0,5% relativamente ao 1.º trimestre de 2023 e de 0,3% face ao 2º trimestre de 2022”, que ocorre em simultâneo com um aumento da taxa de desemprego “superior em 0,8 p.p. face ao 2º trimestre de 2022 e em mais 0,5 p.p., relativamente ao 1º trimestre deste ano”.
Sandra Dias Faria destacou que, para o Partido Socialista dos Açores, esta matéria é “um motivo de preocupação”, salientando que “também o deveria ser para o Governo Regional dos Açores e para os partidos de direita que o sustentam, o PSD, CDS/PP, PPM, IL e Chega.”
A socialista lamentou que o Governo Regional tenha procurado “iludir os Açorianos acerca da real situação do desemprego na Região”, citando números do Instituto de Emprego e Formação Profissional “IEFP”, números que são submetidos pelo próprio Governo Regional dos Açores aquela entidade, e evitando os dados oficiais, estatisticamente válidos do INE, que medem o desemprego de um modo independente, através de uma metodologia testada pelo Eurostat.
“Estes valores do IEFP são requentados, foram publicados há muito, mas este Governo Regional decidiu publicá-los ontem para procurar fazer crer que a situação do desemprego melhorou nos Açores, sabendo que os valores fiáveis, do INE, não seriam favoráveis ao Governo”, denunciou.
Sandra Dias Faria exemplificou que, de acordo com nota de imprensa do Governo Regional, “haveria nos Açores 117 mil Açorianos empregados, enquanto que o INE refere 116 mil”, salientando que essa diferença de 1.000 Açorianos “só pode revelar falta de conhecimento ou então uma tentativa de iludir os Açorianos e a comunicação social”.
"Pela sua grande importância, o PS/Açores monitoriza com muita atenção e com muito rigor estes números, porque cada desempregado Açoriano representa menos rendimento disponível no seu agregado familiar, rendimentos que devem aumentar, de forma a dinamizar a nossa economia e a combater a pobreza. Vemos, por isso, com grande preocupação que os números do desemprego só aumentem nos Açores, enquanto descem em todas as outras regiões do país, uma tendência que tem de ser rapidamente invertida”, finalizou a dirigente do PS/Açores, Sandra Dias Faria.