Carlos Silva acusou, esta terça-feira, o Presidente do Governo Regional de “esconder as razões que levaram à demissão da Presidente do Grupo SATA, Teresa Gonçalves”.
Carlos Silva considerou que as declarações de José Manuel Bolieiro, “ao invés de proporcionarem estabilidade e segurança”, só “agudizam as dúvidas em torno de todo o processo e acentuam a incerteza sobre o futuro da companhia aérea Açoriana”.
O parlamentar socialista estranhou que em poucas horas, o Presidente do Governo Regional tenha vindo desmentir as declarações do Secretário Regional das Finanças e da Presidente do Grupo SATA, ao mencionar que esta solicitou a sua saída devido a razões “pessoais e de contexto”, quando a própria apenas alegou “motivos pessoais”.
“O que são ‘razões de contexto’? São divergências com as orientações do Governo Regional? São ingerências do executivo na companhia aérea e no próprio processo de privatização? É a má situação do grupo? Isso deve ser explicado”, frisou Carlos Silva.
O deputado estranha, igualmente, que o diretor financeiro, Dinis Modesto, tenha pedido a sua demissão “também com base em motivos pessoais”.
“Que motivos pessoais serão esses que fazem duas figuras centrais da Azores Airlines pedirem a demissão em simultâneo? Serão apenas razões pessoais ou haverá mais algo a dizer?”, questionou.
O Grupo Parlamentar do PS solicitou, esta terça-feira, a audição urgente da Presidente do Conselho de Administração do Grupo SATA, Teresa Gonçalves, na Comissão de Economia do Parlamento dos Açores.
Carlos Silva refere que o Grupo Parlamentar do PS quer esclarecimentos, “em primeira mão” de Teresa Gonçalves, estranhando que esta tenha pedido a sua demissão apenas 4 dias após o júri da privatização da Azores Airlines ter manifestado, publicamente, “reservas quanto à capacidade do consórcio Newtour/Ms Aviation em assegurar a viabilidade da companhia” e aconselhado ao Governo Regional e à própria Azores Airlines que “recolhesse informação adicional sobre a idoneidade, capacidade operacional e a robustez financeira” do consórcio.
O deputado do PS/Açores reiterou que o processo de privatização lançado pelo Governo Regional do PSD/CDS/PPM “nasceu torto, foi conduzido de forma amadora, pouco transparente, e continua a gerar muitas dúvidas aos Açorianos”.
“O que se está a passar com a Azores Airlines é gravíssimo. Tivemos um administrador a sair há um ano atrás, a meio de um processo de privatização. Agora, mais duas saídas de figuras-chave, numa fase mais avançada da privatização. Entretanto, apenas é admitido um concorrente à privatização e este suscita reservas ao júri do concurso. O que se está a passar no Grupo SATA tem de ser urgente e cabalmente esclarecido perante os Açorianos e o parlamento dos Açores, porque são as acessibilidades e a mobilidade dos Açorianos que estão em causa”, finalizou o deputado socialista, Carlos Silva.