André Franqueira Rodrigues salientou, esta quarta-feira, as inações e ausências do Governo Regional do PSD/CDS/PPM, sublinhando que os Açorianos esperam que o Governo “seja parte da solução e não do problema”.
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS falava no Parlamento dos Açores, onde apresentou uma declaração política sobre a atualidade política regional.
André Franqueira Rodrigues frisou que “passaram 66 dias sobre as eleições regionais do passado dia 4 de fevereiro e 43 dias sobre a tomada de posse do XIV Governo Regional dos Açores”, acusando o executivo de direita de ter “herdado do XIII Governo Regional uma certa letargia” e “falta de iniciativa política”, consubstanciada na “ausência de decisões”.
O parlamentar socialista destacou que o Governo Regional “continua sem nomear os seus Diretores Regionais”, mas já nomeou “quase uma centena de assessores, adjuntos e técnicos superiores especialistas”.
André Franqueira Rodrigues lembrou que o Presidente do Governo “continua sem nomear um Conselho de Administração do Instituto Regional do Ordenamento Agrário (IROA)”, algo que se impunha para “devolver a normalidade gestionária” daquela entidade, uma vez que o seu Presidente demissionário, Hernâni Costa é arguido no processo judicial Nortada.
O socialista recordou que é ao Governo Regional que “compete prestar esclarecimentos sobre a sua ação e/ou inação ao Parlamento dos Açores” e não o contrário, acusando o Governo Regional da coligação de direita de justificar todos os problemas com os “Governos Regionais anteriores do PS ou com os Governos da República do PS”.
André Franqueira Rodrigues realçou que os dados do INE e do SREA confirmaram, de “forma cristalina”, os alertas de diversos partidos políticos de que o endividamento zero, assumido pelo Governo, resultou “no valor recorde da dívida bruta em 2023, que ultrapassou os 3.200 milhões de euros, representando um aumento de 140 milhões de euros face a 2022”, um “incumprimento daquilo que foi aprovado pelo Parlamento dos Açores”.
O deputado do PS/Açores criticou, ainda, a “inação do Governo no domínio das acessibilidades”, salientando que “basta falar com os operadores do setor turístico para se perceber a enorme apreensão com que encaram a próxima época baixa”.
“Não se conhece uma estratégia articulada, ou sequer um diálogo construtivo e cooperante do Governo dos Açores com o setor do Turismo para fazer face, por exemplo, ao tremendo impacto que a diminuição da operação da Ryanair está a ter na nossa Região”, exemplificou.
André Franqueira Rodrigues criticou o processo de privatização da Azores Airlines, que “nasceu torto e parece já não ter remédio”, e que levanta “incerteza sobre o futuro”, frisando que “sobejam as desculpas e as palavras de circunstância e escasseiam os esclarecimentos e as soluções concretas para o presente e para o futuro da Azores Airlines”.
O deputado do PS alertou, igualmente, para a “crescente falta de mão de obra disponível” na nossa Região, uma questão para a qual o PS tem alertado, acusando o Governo PSD/CDS/PPM de “fazer ouvidos de mercador” ao problema.
Noutra frente, o deputado socialista questionou a “dualidade de critérios” do Presidente do Governo Regional na questão do diferendo laboral que levou à greve na Atlanticoline.
“Em março de 2022, há dois anos, o Presidente do Governo fez saber publicamente que ajudou a resolver a greve na Atlanticoline e o PSD até emitiu um comunicado saudando a sua intervenção como uma ‘ação decisiva’. O que impede agora o Presidente do Governo de ajudar a resolver os enormes constrangimentos que esta greve tem causado aos Açorianos?”, questionou.
“Os resultados das últimas eleições regionais foram muito claros. Ao PS cabe a missão de fazer oposição e de se constituir como uma alternativa ao atual Governo. O Governo Regional PSD/CDS/PPM deve governar, resolver os problemas dos Açorianos e deixar de se desculpar com o passado, com os anteriores governos do PS, com as restantes forças políticas da oposição ou, até mesmo, com o contexto económico, político e social, porque o que os Açorianos esperam de um Governo é que seja parte da solução e não do problema”, finalizou o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, André Rodrigues.