PS/Açores denuncia “farsa” do Governo Regional e acusa-o de enganar os Açorianos com decisão política sobre o Hospital Modular

PS Açores - Há 3 horas

O Grupo Parlamentar do PS/Açores denunciou hoje, no âmbito das audições da Comissão Parlamentar de Inquérito ao Incêndio no HDES, ainda a decorrer, a forma como o Governo Regional impôs uma decisão política precipitada, optando pelo Hospital Modular em detrimento da reabertura do HDES, com prejuízo grave para os Açorianos.

“Nas audições de hoje, foi confirmado pela Dra. Manuela Gomes de Menezes uma das questões que despoletou a necessidade desta comissão de inquérito, que no final do mês de agosto de 2024 era possível reabrir a enfermaria da ala poente do HDES”, sublinhou José Miguel Toste.

Contudo, continuou, “essa possibilidade foi bloqueada por decisão da Secretária Regional da Saúde e da Direção Clínica, mantendo assim encerrado um espaço essencial para a reabertura do edifício do Hospital de Ponta Delgada, em prejuízo direto dos utentes e, até hoje, essa enfermaria continua encerrada”.

Por sua vez, Carlos Silva reforçou que a decisão de avançar com o Hospital Modular foi tomada apenas dois dias após o incêndio, sem o devido suporte técnico, e posteriormente disfarçada com documentos criados para justificar uma opção claramente política.

“Foi uma farsa montada para enganar os Açorianos e encobrir uma decisão precipitada, mal planeada e que custou quase 40 milhões de euros aos Açorianos e demorou três vezes mais do que o inicialmente anunciado”, acusou.

O deputado socialista lamentou que “o Governo tenha tentado ludibriar os Açorianos, montando uma “farsa” em torno de pareceres e estudos que nunca existiram antes da decisão.”

O Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores lamentou ainda aquilo a que apelidou de “encenação” por parte da direção clínica do HDES, confirmada pela ex-administradora daquela unidade, aquando de uma visita de um partido político às instalações afetadas pelo incêndio, que solicitou a desmontagem das instalações, para que não se percebesse que as mesmas já haviam sido recuperadas.

Durante a audição, ficou também evidente a falta de entendimento e confiança entre os membros do Conselho de Administração do HDES, que reflete a fragilidade de uma liderança nomeada pela tutela e que, por isso, é responsabilidade direta do Governo Regional.

“Um Conselho de Administração dividido e sem confiança mútua não tem condições para responder a uma crise desta magnitude e isso só prova a incompetência e desleixo do Governo na supervisão e manutenção dos seus dirigentes, quando existiam problemas graves”, sublinharam os socialistas.