Os grandes democratas e aqueles que realmente estão empenhados na defesa dos interesses do país e da região, nesta altura em que Portugal enfrenta dificuldades acrescidas, sobressaem da cena política face às propostas de viabilização de uma governação que nos possa libertar e garantir o cumprimento dos compromissos financeiros a que fomos obrigados a assumir.
Há quem veja nestas eleições antecipadas uma oportunidade única de conquista de poder e de realização de ambições pessoais, menosprezando os reais interesses nacionais e pondo de parte qualquer tipo de acordo que viabilize uma solução que reflectirá a vontade dos portugueses.
Quer Passos Coelho – acolitado por Berta Cabral – quer Paulo Portas, nas mais recentes declarações têm vindo a advogar uma solução governativa que exclua o Partido Socialista, forçando o eleitorado a uma solução da direita liberal que certamente traria a Portugal um cenário de privatizações em massa e de destruição do estado social.
Face aos sucessivos estudos de opinião que têm vindo a ser realizados, tudo leva a crer que dificilmente qualquer partido conseguirá obter uma maioria que permita governar sem recorrer a coligações ou acordos parlamentares.
Deste modo, os partidos terão de demonstrar abertura para, a bem de Portugal, construir uma solução que envolva mais do que uma força partidária com base num programa de governo que seja exequível, que possa cumprir os compromissos financeiros assumidos e garanta aos portugueses os menores custos sociais.
As posições dos sociais-democratas e dos centristas, como tem vindo a ser publicamente demonstrado, são avessas a esse cenário, preferindo a política do orgulhosamente só de má memória.
Carlos César, referindo-se a uma eventual colaboração entre o Partido Socialista e o Partido Social-democrata, se essa vier a ser a melhor solução para o país, afirmou: “ Teremos que colaborar na medida em que isso constituir uma exigência ou a resposta necessária à satisfação do interesse nacional”, acrescentando que “não se pode considerar anti-patriótica a ideia de que alguém pode colaborar com alguém de quem não gosta para defender o país”
Ao assumir essa atitude de elevado sentido de estado e de patriotismo, Carlos César, demonstra de forma inequívoca que é um verdadeiro líder que põe sempre os interesses dos Açores e de Portugal acima de qualquer conveniência partidária de ocasião.
Nos momentos difíceis é que se conhecem os grandes líderes e se pode separar o trigo do joio com a maior das facilidades.