Os políticos têm destas coisas. Por vezes incomodam, outras desacomodam e ainda outras acomodam-se.
Não pertencendo ao grupo dos acomodados; e até dos que chegam à política quando não precisam dela para viver, talvez mas não necessariamente por isso seja dos que possam incomodar ou desacomodar mais.
Em jornalismo também temos os que incomodam, os que desacomodam e os que não sabem fazer nem uma coisa nem outra. Mas o que se espera é que quem dirige os jornais seja o timoneiro de um barco que pesque em muitas águas; e que entenda que nem tudo o que vem à rede é peixe e disso sirva de um modo imparcial e esclarecedor aos seus leitores.
O que não podemos ter é um jornalismo incomodado, reativo ao ponto de achar que a melhor defesa seja o ataque pondo por exemplo em causa se o ganho dos deputados é merecido ou não porque é pago pelo orçamento público. Quem acha que deveria pagar aos deputados? O mesmo orçamento público que subsidia os jornais, ou outro?.
Bem, havemos de passar aos números, mas antes devo reiterar que o que está em causa não são as estatísticas do INE nem as referentes às diferentes regiões portuguesas; nomeadamente à dos Açores. Basta por isso reler atentamente o que escrevi sobre isso.
A cor da tinta da minha escrita é preta, tanto mais preta quando maior for o meu sentimento de que ainda há muito a fazer na luta contra o cancro, as doenças metabólicas, as respiratórias, não esquecendo também a saúde mental e todas as outras.
Os ganhos em saúde comparam-se; por vezes entendemos o porquê outras não como o será apesar de tudo, o aumento previsto e já observado da incidência do cancro da mama, do cólon e do pulmão em quase todos os países ditos evoluídos em termos de saúde pública.
Paradoxo para alguns. Para outros é a evidência dos efeitos da poluição, de uso indevido de aditivos químicos, pesticidas, radiações ionizantes e talvez mais ainda de que havemos ouvir falar, sem descurar os maus hábitos de saúde numa sociedade de consumo.
A leitura comparativa de dados estatísticos do passado com a realidade no presente tem certamente interesse político e jornalístico para além do óbvio interesse científico, se a uma evidência se alocar uma causa ou efeito. Por vezes são necessárias décadas para analisar efeitos e tendências.
É aqui que surgem as boas e as más notícias. É nesta comparação que estão os verdadeiros ganhos em saúde, apesar da batalha contra o cancro e outras patologias, estar longe de ser vencida.
É a pedagogia da comunicação que se defende, são as boas notícias de que o Papa Francisco insiste em transmitirmos como parte desta pedagogia para relançarmos o interesse pela vida independentemente do lugar que escolhemos para viver.
Paciência! O que me trai é esta mania queirosiana de voltar sempre aos jornais para lê-los.