Opinião

Ao lado…

No último Domingo, tiveram lugar as eleições regionais da Madeira. Apesar das muitas diferenças, da geografia à evolução política e autonómica, entre as duas regiões autónomas, será útil atentarmos nos seus resultados. Desde logo, o PSD-Madeira perdeu pela primeira vez a maioria absoluta no Parlamento Madeirense, tendo perdido 3 deputados, dos 24 que detinha. Ao invés, o PS passou de quarta força política para segunda, de 5 para 19 deputados, tendo o seu projeto, com a candidatura de Paulo Cafofo, conseguido ser encarado como verdadeira alternativa, e esvaziar de eleitorado todos os restantes partidos concorrentes, que diminuíram ou perderam de todo a sua representação parlamentar – desde logo o CDS, que segurou 3 dos sete lugares que antes detinha. Essa bipolarização, que alguns sempre lamentam, não acontece por acaso, nem foi a primeira “tentação” dos madeirenses. Antes pelo contrário: à boleia de um sistema proporcional “puro” (círculo eleitoral único), o sistema eleitoral madeirense favorece como poucos a dispersão eleitoral e a multiplicidade de representação parlamentar, como sempre tinha acontecido desde a sua vigência (eleições regionais de 2007). Comprovadamente, os madeirenses, depois de votarem em partidinhos demagógicos e saltimbancos de Plenário, desta vez não houve sequer cão e gato que os tenham tentado – o sucesso mediático das ações diretas de hoje retira votos a prazo… e credibilidade eterna! O PSD vai ter que aprender a dialogar e a concertar posições, em governo de coligação com o CDS, único que se disponibilizou a adiar o seu estertor, e cujas descidas eleitorais somadas garantem a maioria tangencial. Resta saber, como dizia ironicamente na RTP-Madeira na noite eleitoral Duarte Caldeira, um histórico socialista madeirense, se o CDS, após décadas de oposição mal-tratada, não virá a sofrer de stress pós-traumático!