No meio das notícias que marcam a atualidade, passou quase despercebida a recente demissão do Presidente da Comissão Política do PSD Terceira. Costa Neves - que já foi líder regional e havia avançado in extremis nas últimas eleições internas dos laranjas terceirenses - reconheceu, afinal, ser impossível conciliar as duas facções desavindas. É mais uma dor de cabeça para o Presidente do Governo, uma vez que as duas correntes rivais são lideradas por dois membros do seu executivo. É, pois, natural que se questione: como se entenderão no Governo os dois secretários regionais quando no partido, ainda que com a moderação de um ex-líder regional, o entendimento é manifestamente impossível?  A tudo isto, soma-se a inusitada exoneração do Diretor Regional da Cultura a pedido da Secretária Regional, após esta ter retirado àquele a confiança política. O tempo escasseia e, com ele, a margem para o já estafado anúncio da sempre adiada remodelação. A acontecer neste contexto, será entendida como uma decisão forçada. O problema é que, cedo ou tarde, todos percebem a evidência: as lideranças assumem-se e tomam a iniciativa, não vão sempre, hesitantemente, a reboque das circunstâncias.