Desde que o atual governo regional tomou posse e sobretudo desde que foram apresentados os primeiros documentos previsionais da sua responsabilidade que o PS/Açores tem vindo a alertar para vários problemas que poderiam surgir com a aprovação daqueles documentos. Se por um lado eles eram fracos no combate que a Região iria enfrentar por outro lado havia um claro sinal de que os documentos estavam ficcionados.
No orçamento para 2022 este caminho não se alterou e esta ficção chegou aos quatrocentos e noventa e cinco milhões de euros. Disseram na altura que os alertas do PS/Açores eram alarmistas e que não faziam sentido nenhum.
Pois bem, já conhecemos a execução orçamental referente ao ano de 2022, e tal como previa o PS/Açores ele não era real e só foi executado cerca de 66%. Havendo mesmo rubricas do orçamento com taxas inferiores a 2%.
Ou seja, perante a atual situação que vivemos e que resulta naturalmente de uma pandemia e de uma guerra, aquilo que tivemos foi um claro desinvestimento publico com prejuízo para famílias, para empresas e para instituições nos Açores.
Mas os feitos financeiros do atual governo não se ficam por aqui. A novidade é que duas semanas depois da publicação do orçamento para 2023 mandou o governo regional cativar 25% das verbas em investimentos não comparticipados por fundos comunitários. Ou seja, ainda vamos no início de fevereiro e já sabemos que há investimentos da responsabilidade do governo regional que não serão executados.
Caros ouvintes, assim não vamos lá. Não é com cativações, não é com desinvestimento público que atenuamos esta crise junto das famílias, empresas e instituições. Não é disso que precisamos neste momento. Se num momento como este nós não temos um Governo que seja impulsionador da economia, quem vai ser?
(Crónica escrita para Rádio)