Não será uma proposta aprazível, haverá que descartar o sol radiante, águas turquesas e areais dourados e preparar-se para a frialdade dos números, no entanto, torna-se necessário, já que o capo dei capi não o faz, recomendar aos deputados do PSD/Terceira, que consideram que não há nenhum problema com o fluxo turístico na ilha, um pacote excursionista gratuito ao site do SREA, para presenciarem, in loco, o n.º de dormidas dos primeiros 4 meses de 2023.

Para desenrasque e maior fluidez utilizaremos um novíssimo shuttle, conduzido por este portuguesinho da Silva que não dirá uma única palavra em inglês, apesar de conduzir um shuttle, que, atenção, não é uma vulgar camioneta.

Primeira estação: janeiro. Foram 19766 dormidas, +4285 do que no mês homólogo do ano anterior, ainda assim, -4287 quando comparado com janeiro de 2020, pelo que se aconselha apertar o cinto e não embandeirar em arco. Próxima paragem: fevereiro.

Registaram-se 20903 dormidas, o que significa -2187 em comparação com o mesmo mês de 2022. Seguinte: março, atenção à quebra recorde. Os dados indicam 26661 dormidas, -5236 comparativamente com março de 2022. Estação terminal: abril. O registo é de 32740 dormidas, -5130 em relação a abril de 2022.

A conclusão do tour é bastante simples: nos primeiros 4 meses de 2023 ocorreram menos 8268 dormidas na Terceira comparativamente com o ano anterior, sendo esta uma consequência óbvia da falta de voos para a ilha e do fim da política de encaminhamentos gratuitos para não residentes.

Escapa à recomendação o CDS/Terceira que já reconheceu o problema, no entanto é-lhe aconselhável uma pequena viagem no tempo, pelo menos a 16/03/2023, altura em que propalava "o investimento que o nosso governo de coligação fez na captação de rotas e na promoção do destino", através do mesmo órgão que agora nos comunica que a "promoção turística para esta ilha tem sido mesmo inexistente". Coerentes incoerências.