Quem acompanhou o plenário da Assembleia Legislativa, da passada semana, deve recordar-se das efusivas intervenções do responsável pela agricultura nos Açores a defender o seu setor e, sobretudo, o seu mandato.
Da sua boca saíram loas à sua governação, onde se incluía os grandes investimentos feitos nos Açores como, segundo o próprio, nunca tinha acontecido.
Perante todo este alarido, o que nos resta é deixar passar este surto de autoelogio e analisar os números que constam nos documentos da execução financeira do Plano de Investimentos.
O que se esperava, ouvindo as palavras do governante, seria estarmos perante um grande investimento na agricultura açoriana, mais do que no passado recente.
Milhões para aqui, milhões para acolá, fim dos rateios, entre muitos outros feitos anunciados, resolvemos revisitar a execução financeira dos últimos quatro anos e, muito sinceramente, fomos surpreendidos, muito embora estivéssemos desconfiados de tanta publicidade.
De facto, e ao contrário do que nos querem fazer acreditar, 2022 é o ano cujo investimento é o mais baixo dos últimos 4 anos, com 50,5 milhões de euros, menos 9 milhões do que em 2019 e o ano anterior, 2021, registou, também, um investimento inferior a 2019 e 2020.
Isto quer dizer que o titular da agricultura é responsável, nos seus dois anos de governação, pela pior execução dos últimos quatro anos.
Os anúncios, afinal, não batem certo com o que se está a passar na realidade, também, na agricultura.
Este, afinal, parece ser mesmo o modus operandi deste governo, que se preocupa muito mais em parecer, do que em ser.