Na minha crónica alusiva ao Dia da Região, dizia que não se podia cair no erro de haver, nesses dias, pouco Açores e muito Continente. Contudo, parece-me que é isso mesmo que teremos durante os próximos meses na nossa política regional.

São as questões do Furacão Lorenzo, as questões relacionadas com os apoios que o Governo da República decidiu dar aos agricultores do Continente.

E se não é pela voz do Presidente do Governo é pela voz de todos os partidos que o suportam. Ou seja, de todas as formas e feitios o que importa agora é combater o Governo da República e achar que isso afetará o PS/Açores.

É preciso ter coragem política para o fazer. Aliás, é preciso ter grande coragem política para se ignorar o que não se fez, e achar que outros é que o devem fazer.

Vejamos casos concretos do que pretendo demonstrar:

Foi ou não foi o atual Governo Regional e os partidos que o sustentam que rejeitaram, por várias vezes e por diversas formas, um pacote de medidas onde se incluía por exemplo, um apoio ao brutal aumento do preço do gasóleo agrícola? Foi!

É ou não é o atual Governo dos Açores que adia, incompreensivelmente, a implementação das medidas que o PS Açores apresentou e fez aprovar no nosso Parlamento para o relançamento económico do setor do leite e laticínios? É.

É ou não é este Governo Regional que está em atraso com os agricultores açorianos em cerca de treze milhões de euros referente a suplementos de abate, redução voluntária de produção de leite e ao apoio extraordinário resultante exatamente dos efeitos da guerra? É, claro que é!

Não acham que é preciso ter muita coragem para se dizer o que esta coligação anda a dizer?

Claro que é, coragem e não só.

(Crónica escrita para Rádio)