A água escorre pela freguesia dos Arrifes. As ruas transformam-se em ribeiras. Os prejuízos acumulam-se e a vida das pessoas fica suspensa. O cenário não é novo. A falta de limpeza e de manutenção dos sumidouros transforma a maior bacia de leite dos Açores numa tormenta. O Instituto Regional do Ordenamento Agrário e a Câmara Municipal de Ponta Delgada, principais responsáveis pela limpeza e manutenção, assobiam para o lado e fazem de conta que não é com eles, na esperança de que a legítima indignação popular se vire contra a Junta de Freguesia, por sinal de cor política diferente da do Governo e do município. Mas, a falta de diálogo e o fazer “ouvidos de mercador” não se esgotam aqui. Um pouco por toda a ilha, nas Capelas, em Santo António, em Rabo de Peixe, na Ribeira Quente, em Ponta Garça, quer seja o abandono dos caminhos agrícolas, ou a falta de pagamento dos apoios devidos aos fornecedores, aos clubes desportivos, aos agentes culturais, às IPSS’s, entre outros, a mesma queixa em surdina: este governo de coligação deixou São Miguel para trás e, só agora, apertado pela campanha eleitoral, tenta passar pelos pingos da chuva, prometendo tudo a todos. É muito pouco e tarde demais.