Dentro de uma semana termina a campanha para as eleições regionais. Dois dias depois ocorre o ato eleitoral, a 4 de fevereiro.
Há três aspetos pouco debatidos que merecem ponderação antes de irmos a votos.
O primeiro é o apagamento mediático de Artur Lima e de Paulo Estêvão da campanha da coligação. Fora dos seus círculos eleitorais simplesmente não existem. A fórmula de três em um resume-se a Boleiro como amaciador, o esfoliante e o shampoo não constam.
O segundo é Bolieiro “não querer antecipar cenários hipotéticos” pós eleições. O político que em 2020 fez uma coligação com a extrema-direita nas costas dos eleitores, contradizendo o que tinha afirmado em campanha, acha que a questão é irrelevante. E a apregoada transparência?
Por fim a questão da ilha de São Miguel. Nos últimos três anos a ilha que representa 56% da população dos Açores e quase 70% da nossa economia foi esquecida e remetida para terceiro plano. Até os três presidentes de câmara de São Miguel eleitos pelo PSD subscreveram, em junho passado, um apelo a Bolieiro para este proceder a uma “séria reflexão” sobre o desenvolvimento da maior ilha da Região.
Prova de inédito abandono é o que se verificou com a promoção turística de São Miguel, e da Região, através de grandes eventos desportivos. O SATA Rally Açores foi despromovido por falta de apoio do governo. Deixamos de constar nos ecrãs de 185 milhões de telespetadores do Eurosport, em 59 países e em 20 línguas diferentes. O Red Bull Cliff Diving saltou para o abismo. Deixamos de ter presença junto de dezenas de milhões de jovens com apetência para o turismo de natureza e de aventura. O Azores Pro Surf submergiu. A Volta à Ilha de São Miguel de bicicleta foi cancelada. Até a equipa B do Santa Clara passou a viver com a casa às costas. E o governo queixa-se da decisão da Ryanair?
Não faltam provas da incapacidade e da incompetência do governo da coligação. O governo com o pior registo de realizações na Ilha de São Miguel em 48 anos de história da nossa Autonomia.