No passado domingo os açorianos foram às urnas e definiram aquela que será a nova formação da Assembleia. De forma ordeira e responsável, 50% dos açorianos compareceram para exercer o seu direito democrático de decidir o destino das nossas ilhas.
Os resultados eleitorais revelaram mais uma vez um cenário um pouco complexo. A coligação venceu as eleições apesar de não ter reforçado a sua representatividade no Parlamento e ficou aquém da sua vontade de garantir uma maioria que lhes permitisse governar sem depender de outros.
Aliás se olharmos para os resultados destas eleições e compararmos com as eleições de 2020 há algumas semelhanças que saltam à vista apesar de eu não ter ouvido ninguém a destacá-las. Em 2020 o PS também governava e venceu as eleições sem maioria absoluta.
E é a partir daqui que entramos na tentativa de criação de um novo cenário para situações que me parecem muito parecidas apesar de querem fazer passar a ideia de que o que era em 2020 deixou de ser em 2024.
Por exemplo: o que mudou em três anos para que se altere a exigência de acordos que garantam uma maioria de estabilidade na governação? Porque é que agora poderá ser possível indigitar uma coligação vencedora, mas sem maioria e em 2020 não foi possível indigitar um partido vencedor também sem maioria? O que mudou? Ou será que nada mudou?
Bem sei que as respostas a estas questões surgirão nos próximos dias e nas próximas semanas, mas vendo e lendo o que vai sendo veiculado na comunicação social parece-me que muitos querem agora aquilo que não quiseram em 2020 e isso, na minha opinião, carece de melhores explicações.
Concluindo, as eleições legislativas regionais do passado domingo determinaram a composição do parlamento dos Açores, agora é preciso definir em que condições haverá um novo governo.
(Crónica escrita para Rádio)