Em ambiente de grande festa, o candidato reafirmou, no Faial, o compromisso de continuar a trabalhar com todas as suas forças pela defesa dos interesses dos Açores.
Cerca de três centenas de militantes e simpatizantes socialistas faialenses encheram ontem à noite por completo o espaço dos armazéns da empresa "Roque & Pavão", na freguesia da Feteira, para ver e ouvir o candidato do PS-Açores às eleições para o Parlamento Europeu do próximo dia 13 de Junho.
Num ambiente familiar, e dirigindo-se a todas essas pessoas como "caríssimos amigos e amigas", Paulo Casaca fez questão de dizer aos presentes que "foi uma grande honra servir a população dos Açores nos últimos cinco anos" e renovou o compromisso de continuar a trabalhar afincadamente "pelo desenvolvimento da Região."
Numa intervenção muito aplaudida pela assistência que lotava o recinto, o deputado europeu referiu-se novamente à resposta que recebeu do Primeiro-Ministro sobre o pedido que lhe dirigiu no sentido de restituir as multas cobradas indevidamente aos produtores de leite açorianos na campanha leiteira de 2002/2003. Acerca desse assunto, Paulo Casaca disse que não irá descansar "enquanto não for resolvida esta questão."
O candidato socialista açoriano aproveitou também a oportunidade para "desmontar" algumas inverdades que têm sido constantemente repetidas pelos responsáveis da Coligação nos Açores, na esperança vã de que uma mentira dita muitas vezes possa ser tida por verdade. "É completamente falso que tenha sido o Partido Socialista a deixar cair a questão das 200 milhas da ZEE açoriana", vincou Paulo Casaca. E "é falso o que tem dito o Dr. Duarte Freitas de que antes de 2002 eu não levantei nenhuma questão sobre pescas no Parlamento Europeu", disse o candidato socialista, que se comprometeu também ali a dar o seu contributo e a lutar para que sejam preservados os recursos piscícolas dos mares dos Açores.
Referindo-se ao título do seu livro, que compila alguns dos mais de seiscentos artigos que escreveu nos últimos anos, Paulo Casaca disse que "o princípio da Europa é seguramente nos Açores" e que o recente alargamento a mais dez Estados-Membros "não significa o fim deste movimento de construção europeia, que nos tem tornado cada vez maiores e com desafios cada vez mais importantes."
E é precisamente por essa razão que, como afirmou o deputado europeu açoriano, é preciso que não se "fechem as portas" a países como a Turquia.
Por isso mesmo, quando foi levantada a questão de inserir no preâmbulo do futuro texto da Constituição Europeia a menção às raízes judaico-cristãs, o Partido Socialista Europeu entendeu que essa não era a melhor maneira de encarar o assunto. E esse foi o único motivo pelo qual "a maioria do Parlamento Europeu, como de resto vários deputados do Partido Popular Europeu, entre os quais alguns dos que integram hoje as listas da coligação não votaram favoravelmente essa proposta", como explicou o candidato socialista açoriano.
"Querer transformar essa questão numa pseudo-querela religiosa é um argumento vil e inadmissível", disse Paulo Casaca, eferindo-se às críticas de que tem sido alvo da parte do candidato da Coligação de Direita nos Açores.
Na Horta, Paulo Casaca recordou ainda um dos episódios que mais o marcaram nos últimos cinco anos. Tendo lutado por restabelecer um mecanismo de solidariedade para as populações vítimas de catástrofes naturais, logo após o sismo que assolou as ilhas do Faial e Pico e depois de ter chegado ao Parlamento Europeu, Paulo Casaca encontrou muitas resistências, mesmo dentro do seu próprio partido. E depois do infortúnio ter acontecido numa região da Alemanha de onde era originário o coordenador socialista da Comissão do Orçamento para estas matérias, e criado esse fundo, Paulo Casaca trouxe esse responsável aos Açores, à Ilha do Faial. E foi num jantar com outros camaradas socialistas que esse responsável fez questão de reconhecer que o deputado europeu açoriano tinha razão e ele não.
Antes de Paulo Casaca, usaram também da palavra o mandatário para a sua candidatura para o Faial, Ruben Rodrigues, e o responsável do Partido Socialista no Faial, Renato Leal, que enalteceram a sua "tenacidade, capacidade de trabalho, dedicação às causas dos Açores e dos Açorianos e teimosia na defesa dos interesses da Região."