1. Partido Socialista/Açores tomou conhecimento das declarações injuriosas do líder nacional do Partido Social Democrata, hoje divulgadas, sobre o Governo dos Açores e sobre a capacidade de discernimento político dos açorianos, a quem acusa de confiarem há quase 12 anos num Governo "cinzento e medíocre".
2. O PS/A não estava à espera que o Presidente da Câmara Municipal de Gaia fosse capaz de reconhecer os méritos e o progresso alcançado pelos Governos de Carlos César, porque para isso seria necessária experiência política e executiva nacional e um conhecimento prévio da realidade açoriana, características de que o líder do PSD não dispõe.
3. Contudo, o PS/A não pode deixar de registar que as críticas agora dirigidas ao Governo dos Açores já tinham sido feitas, em moldes semelhantes, pelo então candidato Luís Filipe Menezes a Costa Neves, aquando das eleições directas nacionais. Como tal, o PS/A aconselha a Luís Filipe Menezes coerência com as suas afirmações e que retire as devidas consequências da acusação que fez ao líder regional do PSD durante a campanha eleitoral, acusando-o dos mesmos defeitos (e de alguns outros ainda piores) que agora aponta ao Governo dos Açores. O Presidente da Câmara de Gaia e líder do PSD não consegue fazer esquecer que nunca reconheceu capacidade e competência a Costa Neves e que este venceu as eleições directas regionais, um desaire eleitoral para Menezes. Para quem possa ter memória curta, o PS/A faz questão de relembrar que Costa Neves foi, à semelhança da grande maioria dos dirigentes regionais do PSD, apoiante de Marques Mendes à liderança do partido e que Natalino Viveiros, candidato derrotado nas Directas do passado dia 9, foi apoiante declarado de Luís Filipe Menezes.
4. Na altura, recorrendo a publicidade paga em jornais diários da Região, Menezes afirmava, sem margem para dúvidas, que era "hora de mudança, agora no PSD nacional, elegendo-me como líder. Mas logo de seguida teremos de renovar o PSD/Açores, para lhe dar mais ambição e determinação", acrescentando que "os social-democratas dos Açores são hoje centro de uma polémica por culpa do presidente do PSD/Açores e do ainda líder do PSD", a propósito daquilo que qualificava como "trapalhada das quotas, uma situação própria do Estado Novo".
5. Mais, Luís Filipe Menezes, quando em campanha nos Açores, defendeu veementemente a renovação do PSD/Açores, tendo afirmado que o partido estava "relativamente adormecido nos Açores" e que "precisava de ter rostos novos, de se renovar e organizar melhor", concluindo que "o futuro passa por outras pessoas, por outras propostas, outros dirigentes, por novidades".
6. Durante o conturbado período final da campanha interna para a liderança nacional do PSD, Menezes chegou mesmo a por em causa a honorabilidade da direcção regional do partido e a regularidade do processo eleitoral na Região, classificando-o de "fraudulento".
7. Ora, é este líder nacional do PSD, o homem que queria substituir Costa Neves na liderança do PSD/Açores por não lhe reconhecer dinamismo, mérito e capacidade, e por considerá-lo parte de uma "fraude eleitoral", que vem agora, dando o dito por não dito, procurar convencer os açorianos, perante o facto consumado da reeleição de Costa Neves, que afinal até confia e tem esperança na liderança actual. Como não o pode fazer elogiando quem tanto criticou, fá-lo desconsiderando o Governo dos Açores e o sentido de voto dos açorianos, contra todas as evidências de progresso, desenvolvimento e bem-estar.
8. Os problemas internos e de coerência do PSD não devem ser resolvidos à custa de insultos ao empenho e capacidade do Governo dos Açores, nem muito menos menosprezando a escolha democrática maioritária do povo açoriano.