“Apesar de todas as questões militares que possam estar ligadas a esta matéria, este é sobretudo um assunto diplomático e sócioeconómico e é isso que deve ser sempre tido em conta, sendo prioritário defender os direitos dos trabalhadores e minimizar os impactos negativos na economia local de uma redução do contingente norte-americano na Base das Lajes”, defendeu Berto Messias no Parlamento dos Açores.
Para Berto Messias “os Açores têm tido um papel exemplar na abordagem a este cenário de uma possível redução na Base das Lajes e tem sido evidente um esforço alargado de defesa dos nossos interesses pelas entidades praienses, terceirenses e pelo Governo dos Açores que, através do seu Presidente, tem desenvolvido uma acção diplomática muito importante junto do Congresso e de várias entidades norte-americanas influenciando e sensibilizando para a importância desta Base”.
“Hoje é possível dizer que se não se verificaram despedimentos até ao momento isso deve-se a essa frente diplomática liderada pelo Presidente do Governo. Recordo que foi anunciado em Dezembro de 2012 que a primeira vaga de despedimentos seria em Abril de 2014 e, felizmente, isso ainda não se verificou”, defendeu Berto Messias.
“Mas isso não nos deve fazer descansar um único minuto. Temos de continuar a trabalhar, envolvendo todas as forças vivas da Ilha Terceira e dos Açores, na defesa dos nossos interesses, continuando as acções de sensibilização sobre esta matéria, bem como exigindo o máximo empenho do Governo da República na abordagem desta matéria, nas relações bilaterais com os Estados Unidos”, alertou o Presidente do Grupo Parlamentar do PS Açores.
Messias falava no âmbito de uma proposta do PSD sobre a realização de um estudo sobre as potencialidades da Base das Lajes. Apesar de ter anunciado o voto favorável a esta iniciativa, Berto Messias alertou para o facto de “hoje já existir um conjunto significativo de trabalho realizado por este Parlamento, pela Câmara Municipal da Praia da Vitória e por várias entidades sobre quais os caminhos que devem ser seguidos na amenização dos impactos da redução na Base das Lajes. Parece-me que estamos já noutro patamar e que todos nós, em conjunto, conseguimos ao longo dos últimos tempos, construir uma base programática e política consistente que não se coaduna com a superficialidade da proposta do PSD”.
“Nas pronúncias públicas dos partidos políticos dos Açores relativamente a esta matéria, nas tomadas de posição e nos documentos públicos produzidos pelos Açores, é importante que possamos manter e aprofundar a credibilidade que todos nós temos conseguido no âmbito deste processo e a forma abstracta, superficial e pouco balizada como está feita esta proposta do PSD contribui pouco para isso. Esse é um cuidado que todos temos de ter para não darmos argumentos a quem nos quer prejudicar”, defendeu Messias.