“O deputado do PSD João Bruto da Costa tem sempre a mania de se considerar a única pessoa que defende a Graciosa, inclusivamente dentro do seu próprio partido; ele julga ser o único que tem o privilégio de defender a sua terra”, denunciou José Ávila.
O deputado socialista Graciosense falava esta quinta-feira, em plenário, na sequência de um voto de protesto pelo cancelamento da viagem do navio Santorini entre a Terceira e o porto da Graciosa.
José Ávila lembrou que “é falso que Bruto da Costa seja o único defensor da Graciosa” e aconselhou o deputado do PSD a rever a sua postura, porque “se o senhor anda a pensar assim, está muito enganado e qualquer dia vai perceber que não é bem assim”.
O deputado socialista frisou que “há outras pessoas que defendem a Graciosa, inclusivamente noutros partidos”, reconhecendo que “todas elas defendem os Açores e também, neste caso, a Graciosa – da Direita à Esquerda e da Esquerda à Direita”.
“O senhor Bruto da Costa, no aspeto da defesa da Graciosa, não está nem nunca estará sozinho e os deputados socialistas da Graciosa têm toda a liberdade de defender a sua ilha”, recordou José Ávila.
Quanto à matéria do voto de protesto em si, o deputado socialista Lizuarte Machado – Comandante da Marinha Mercante e especialista em transportes marítimos – esclareceu que o cancelamento da partida do navio Santorini constitui uma “questão técnica e não política”, adiantando que “cabe ao comandante do navio decidir se estão ou não reunidas as condições de segurança para poder operar”.
Lizuarte Machado explicou que “um navio como o Santorini faz uma grande resistência lateral ao vento” e lembrou que a previsão dos ventos para o passado dia 8 de setembro era de “vento de norte, que corre perpendicular ao porto, entre 22 e 25 nós”.
Na opinião de Lizuarte Machado, o “comandante do Santorini decidiu cancelar a viagem e decidiu bem” porque a prioridade deve ser sempre a “segurança do navio, da tripulação e dos passageiros que estão a bordo”. “Não há nenhum reparo a fazer ao procedimento do comandante do navio, que apenas cancelou a viagem no próprio dia de manhã e não na véspera, como alguém afirmou”, frisou.
“O PSD veio à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores tentar criar um facto político, assente na impossibilidade técnica de partida de um navio. Esta estratégia falhou redondamente, já que o PSD ficou isolado na votação do seu voto de protesto, por ter ficado demonstrado que não havia qualquer motivo para discussão política do assunto”, frisou José Ávila.