“O PSD veio à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, através do senhor deputado João Bruto da Costa, procurar criar um facto político, assente na impossibilidade técnica da realização de uma viagem de um navio”, lamentou Lizuarte Machado.
O deputado socialista falava esta quinta-feira, no Parlamento Açoriano, na sequência de um voto de protesto pelo cancelamento da viagem do navio Santorini entre a Terceira e o porto da Graciosa, no passado dia 8 de setembro.
Lizuarte Machado – Comandante da Marinha Mercante e especialista em transportes marítimos – esclareceu que “o cancelamento da partida do navio Santorini constitui uma questão técnica e não política”, adiantando que “cabe ao comandante do navio decidir se estão ou não reunidas as condições de segurança para poder operar”.
O deputado socialista explicou que “um navio como o Santorini apresenta uma grande área vélica, ou seja, faz uma grande resistência lateral ao vento” e lembrou que a previsão dos ventos para o passado dia 8 de setembro era de “vento de norte, que corre perpendicular ao porto, entre 22 e 25 nós”.
Na opinião de Lizuarte Machado, o “comandante do Santorini decidiu cancelar a viagem e decidiu bem” porque a prioridade deve ser sempre a “segurança do navio, da tripulação e dos passageiros que estão a bordo”. “Não há nenhum reparo a fazer ao procedimento do comandante do navio, que apenas cancelou a viagem no próprio dia de manhã e não na véspera, como alguém afirmou”, frisou.
“A estratégia encetada pelo PSD/Açores, se é que se lhe pode chamar isso, falhou porque ficou claro para todos os outros partidos com assento parlamentar nos Açores que não havia qualquer motivo para discussão política do assunto”, Lizuarte Machado.