“Precisamos, em nome da defesa da sustentabilidade da nossa Autonomia, de um alargado compromisso entre todos os agentes do sistema político e todos os parceiros sociais, para conseguirmos vencer este desafio”.
O Presidente do Grupo Parlamentar do PS falava por ocasião da Declaração Política que apresentou esta sexta-feira no Parlamento Açoriano.
Berto Messias lembrou que na próxima semana o Governo dos Açores começará com audições aos partidos políticos e aos parceiros sociais, naquele que é “o primeiro passo para a construção do Plano e Orçamento para a Região para 2015”. Neste âmbito, o líder da bancada parlamentar socialista apelou um “compromisso genuíno, que materialize em algo de positivo”, denunciando que “aquilo a que temos assistido é que um partido com 20 deputados tem propostas piores, com menos consistência política e intelectual do que partidos com três deputados ou com apenas um deputado”.
Berto Messias aconselhou o maior partido da oposição nos Açores a ter uma “maior consistência intelectual e política das suas propostas, que não queira encontrar petróleo nas ilhas dos Açores, que não anuncie com pompa e circunstância que vai alterar os escalões do IRS para ajudar as famílias, mas que contas feitas afinal, com essa proposta, quem ganha mais pagaria menos”.
O deputado socialista classificou as “declarações do deputado António Ventura a queixar-se das políticas de austeridade e do deputado Artur Lima a insurgir-se contra as taxas moderadoras nos Açores” como um verdadeiro “momento Monty Python”, destacando que a “contradição do que estes partidos dizem nos Açores e fazem no continente é absolutamente assustadora”. “Quer o PSD quer o CDS/PP têm responsabilidade na austeridade nacional, com impactos diretos e significativos sobre os Açores”, acusou.
Messias exemplificou com os “cortes que o Governo da República resolveu impor nos subsídios de Natal” que “impediram que entrassem nas famílias açorianas e na economia açoriana cerca de 20 milhões de euros” e com o facto de que “desde 2008 temos tido uma redução de cerca de 600 milhões de euros injetados na economia açoriana através da banca, com impactos significativos na economia da Região”.
Berto Messias constatou que a “liderança do PSD/Açores está com pés de barro”, salientando que “o líder do PSD diz uma coisa num discurso, depois vem aos jornais dizer que não o disse e, afinal de contas, vamos ouvir a gravação e disse mesmo”. Para o socialista, “quem conhece a história dos Açores sabe que o PSD é muito mais do que isso, é mais do que um partido que apoia a sua ação na maledicência, que em nada contribui para o debate político”.
O líder parlamentar socialista destacou que perante um cenário de crise nacional e internacional, “nem o PS nem o Governo dos Açores optaram por baixar os braços”, porque “os socialistas acordam de manhã sempre prontos para trabalhar para construir uns Açores e uma Região melhor e desde logo começaram a pôr em prática uma Agenda Estrutural, que decorre de um planeamento aturado sobre aquilo que é necessário na nossa Região no médio prazo”.
Berto Messias exemplificou com a Agenda Açoriana para a Criação de Emprego, a Agenda Digital, o Plano Integrado de Transportes associado à aquisição das novas embarcações que garantem as ligações entre o Faial e o Pico, com a Carta Regional das Obras Públicas e elogiou o “trabalho irrepreensível do Governo dos Açores em parceria com o Governo da República, na preparação do Programa Operacional que materializa a implementação do novo Quadro Comunitário de Apoio”.
O deputado socialista destacou que “apesar das dificuldades e sem escamotear alguns problemas, temos tido resultados”, demonstrando-o com a “redução gradual do número de inscritos no centro de emprego nos últimos meses ou o facto dos Açores liderarem a taxa de criação de empresas a nível nacional”. Relativamente a este último indicador, Berto Messias estranhou que “nos Açores, os partidos da Direita não tenham dito uma única palavra para elogiar os Açorianos e empresários que, num contexto de dificuldade, arriscaram e criaram empresas, quando na República aplaudem resultados que são inferiores”.
“O Partido Socialista tem um capital de cultura democrática e de promoção do diálogo social absolutamente inquestionável e continuará a trabalhar ao lado dos Açorianos e de todos aqueles que querem ajudar a desenvolver a nossa terra, cumprindo os seus compromissos enquanto encabeçar o Governo dos Açores”, assegurou Berto Messias.