“Ao terceiro dia de visita oficial aos Açores, o Primeiro-Ministro e líder do PSD nacional desmentiu o PSD/Açores”, frisou hoje, na Horta, André Bradford.
“No início desta visita, antes ainda do senhor Primeiro-Ministro ter chegado aos Açores, foi dada uma conferência de imprensa por Duarte Freitas a anunciar a boa nova de que Passos Coelho vinha aos Açores baixar os impostos”, mas hoje, no Pico, o Primeiro-Ministro “sentiu necessidade de explicar aos Açorianos que o Governo da República não baixa os impostos na Região” e que o que tinha anunciado “era apenas a possibilidade do diferencial fiscal ser reposto”, disse aquele dirigente socialista, à margem do plenário regional.
Para André Bradford, os Açorianos ficaram “esclarecidos que o PSD/Açores, por intermédio de Duarte Freitas, tentou fazer um aproveitamento ilegítimo de algo que nunca poderia acontecer e que uma eventual baixa de impostos nos Açores passa por uma decisão política dos órgãos de governo próprio da Região, nomeadamente da Assembleia Regional e do Governo dos Açores”.
“Cai por terra a tese de que os Açorianos teriam imenso a agradecer ao esforço do Dr. Duarte Freitas junto dos seus companheiros do continente”, salientou André Bradford, que apontou a existência de “uma outra forma do Dr. Duarte Freitas se associar a esse desígnio de melhoria das condições económicas por intermédio da baixa de impostos: participando na iniciativa que o PS tem na Assembleia da República, em sede de Orçamento do Estado, no sentido de garantir as condições necessárias para que possa de facto haver uma baixa de impostos na Região”.
André Bradford lembrou a proposta do PS/Açores, que defende uma alteração do diferencial fiscal acompanhada da reposição das transferências do Orçamento do Estado para a Região, a título de solidariedade nacional, para “os níveis que elas tinham antes de Passos Coelho e do seu governo terem cortado essas verbas em 2013, quando alteraram a Lei das Finanças Regionais”.
“Parece-me que o senhor Primeiro-Ministro disse as coisas da maneira que politicamente lhe pareceu mais indicada. Mas depois, ter-se-á apercebido de que dizendo as coisas daquela maneira, estaria a criar para os Açores uma situação de exceção em relação aquilo que diz para o todo do país. Vendo-se perante essa circunstância, esclareceu desmentindo o líder do PSD/Açores”.
Por isso, concluiu o dirigente socialista, “os Açorianos ficaram a perceber que a forma legal de fazer as coisas não passava pela vontade política, nem do Dr. Duarte Freitas nem do senhor Primeiro-Ministro; passa antes por uma decisão política das instâncias eleitas pelos Açorianos e neste caso passa por um esforço e por uma conjugação de vontades na Assembleia Regional e em sede de governação.