A visita do Primeiro-Ministro de Portugal à Região Autónoma da Madeira veio, mais uma vez comprovar que, para este Governo da República, a política de coesão nacional consiste em tratar uns como filhos e outros como enteados, ao anunciar que os residentes da Madeira vão passar a pagar um máximo de 86 euros nas ligações aéreas com Portugal continental - quando nos Açores esse limite foi fixado em 134 euros - o ainda Primeiro-Ministro revela insensibilidade e desconhecimento da realidade do País.
A Comissão Permanente do PS/Açores não compreende por que razão quem está mais perto de Lisboa é mais apoiado de quem está mais longe. Esta injustiça é, aliás, uma situação recorrente, uma vez que, ao nível do transporte aéreo interilhas, continua-se a assistir a uma incompreensível dualidade de critérios patente no facto de o Governo da República pagar o serviço de transporte aéreo interilhas na Região Autónoma da Madeira, quando nos Açores são os Açorianos que pagam este serviço, com o dinheiro dos seus impostos.
A Comissão Permanente do PS/Açores recorda ainda que, em matéria de solidariedade nacional, foi o atual Primeiro-Ministro que recusou apoiar a nossa Região, por ocasião dos elevados prejuízos estimados em cerca de 30 milhões de euros, resultantes da intempérie de Março de 2013.
A Comissão Permanente do PS/Açores denuncia assim, mais uma vez, o estranho conceito de coesão nacional revelado pelo Primeiro-Ministro de Portugal, o qual, aliás, já não constitui surpresa para a esmagadora maioria dos portugueses. Desde o início da sua governação, ficou claro que Passos Coelho não tinha intenção de cumprir o contrato eleitoral que firmou com os portugueses, ao fazer exatamente o contrário dos compromissos que assumiu na campanha eleitoral.
A Comissão Permanente do PS/Açores não espera que Passos Coelho seja amigo dos Açores, mas o mínimo que é exigível é que não prejudique a nossa Região.
Face ao reiterado comportamento político do Governo da República, o PS/Açores está confiante de que as Açorianas e os Açorianos saberão dar, em devido tempo e nas urnas, a resposta que este Governo da República e este Primeiro-Ministro merecem.
Declaração de Francisco César