Em recentes declarações à Comunicação Social, o Ministro da Economia afirmou que o caderno de encargos da privatização da TAP garante a manutenção das obrigações de serviço público existentes nas ligações aéreas entre o continente e as regiões autónomas.
Como os Açorianos bem sabem, estas declarações, em linha com outras semelhantes proferidas pelo mesmo governante, não correspondem à verdade, uma vez que, como é público, a transportadora área portuguesa abandonou sem explicações, no passado mês de Março, as ligações ao Faial e ao Pico.
Mas o assunto ganha maiores proporções quando, em visita oficial à Madeira, Pires de Lima garante que a frequência de voos entre aquela Região Autónoma e o continente não será reduzida, podendo, inclusivamente, no futuro ser aumentada.
Das duas uma, ou o Ministro da Economia falta à verdade quando diz que a TAP vai continuar a cumprir com as obrigações de serviço público existentes antes da privatização ou a tutela política da TAP acaba de assumir publicamente a existência de um tratamento diferenciado aos cidadãos portugueses das duas regiões autónomas.
Em qualquer dos casos, os Secretariados de Ilha do PS Faial e do PS Pico reiteram, uma vez mais, que, face à forma como este processo tem sido conduzido, o Governo da República demonstrou, uma vez mais, não ser nem merecer confiança.
Perante o modo como este processo tem sido conduzido, a única conclusão possível é a de que o abandono da TAP nas ligações ao Faial e ao Pico corresponde a uma opção política e consciente por parte deste Governo da República do PSD e do CDS/PP que, deste modo, autoriza que a transportadora aérea nacional se demita das suas responsabilidades e obrigações de coesão territorial em favor de outros obscuros e inconfessados interesses que até hoje estão por explicar aos Açorianos do Pico e do Faial.