“Portugal precisa um governo novo que associe responsabilidade financeira a responsabilidade social” e que “não arrisque a bancarrota do País, mas que não se insensibilize com a bancarrota das famílias”, defendeu, esta quarta-feira, Carlos César na apresentação pública da lista do PS Açores às próximas eleições legislativas.
O antigo Presidente do Governo Regional dos Açores (1996-2012) sublinhou, em Ponta Delgada, que a sua candidatura à Assembleia da República é a renovação daquele que tem sido “o compromisso cívico da minha vida: lutar pela democracia e pela Autonomia Açoriana, estar ao serviço dos Açores e dos Açorianos”.
Carlos César assumiu “com muito orgulho” uma candidatura comprometida com os Açorianos. ”Esta é uma lista 100% açoriana, uma lista feita nos Açores, e não em Lisboa, representando todas as nossas nove ilhas e não apenas algumas; comprometida com os Açores e não com equilíbrios e obediências partidárias regionais ou nacionais.”
Carlos César, que também é Presidente do PS nacional, destacou a participação de muitos cidadãos independentes na candidatura do PS Açores, “uma candidatura que respira Autonomia, referiu.
Reiterando a necessidade do País mudar de rumo e de colocar “termo a uma austeridade excessiva, empobrecedora das famílias, das empresas e do País”, César defendeu “um governo novo que associe responsabilidade financeira a responsabilidade social”, e criticou os partidos da coligação que apresentaram as linhas gerais de programa de governo, “onde nem por uma vez se fala dos Açores, das Regiões Autónomas ou da Autonomia”.
Carlos César elencou alguns dos compromissos pelos quais os deputados dos Açores se irão bater na próxima legislatura: a revisão constitucional, a revisão do Estatuto Político Administrativo “quando for proposta”; a associação da Região Autónoma dos Açores aos atos e participações internacionais; a defesa dos agricultores açorianos, especialmente em período de desregulação da produção e do mercado e, em particular, da fileira do leite; a proteção dos direitos dos açorianos no acesso aos cuidados do Serviço Nacional de Saúde; o apoio às soluções compensatória das perdas resultantes da diminuição de atividade na Base das Lajes; a garantia da participação, informação e benefício dos Açores nas novas oportunidades criadas no âmbito da Economia do Mar”.
“ A recuperação dos níveis adequados de presença e desempenho de funções do Estado na Região, como nos casos do serviço público de rádio e televisão, dos serviços prisionais e de justiça, das Forças Armadas e de segurança” é também um compromisso da candidatura dos socialistas açorianos ao parlamento nacional, tendo Carlos César assegurado que “a construção do novo estabelecimento prisional de Ponta Delgada” será prioritária para um futuro Governo da República do PS.
Invocando a sua longa experiência política e de governo, César lembrou que trabalhou “enquanto governante, com dois Presidentes da República, cinco Primeiros-Ministros e centenas de ministros” e assumiu que “são poucos os políticos nacionais que instintivamente ou que tomam por sua livre e espontânea iniciativa de nos apoiar”.
Na sessão pública, cuja afluência excedeu largamente a capacidade da sala, Carlos César manifestou-se convicto de que “os Açorianos conhecem o valor e a história do nosso compromisso com os Açores. Sabem que nunca trocámos os Açores por outros interesses”.
Intervenção de Carlos César