“Que não haja a mínima dúvida: todos nós podemos estar tranquilos e viajar em segurança por via marítima nos Açores, pois os Mestres da Transmaçor são homens de grande integridade e profissionais altamente competentes”, assegurou Lizuarte Machado.
O deputado socialista falava esta terça-feira, no plenário da Assembleia Legislativa da região Autónoma dos Açores, que decorre na cidade da Horta.
Lizuarte Machado frisou que o relatório do Gabinete de Prevenção e de Investigação de Acidentes Marítimos (GPIAM) é “apenas um dos muitos relatórios que existem e que serão analisados na Comissão de Inquérito aos Transportes Marítimos, que está a decorrer”.
Lizuarte Machado enumerou algumas incoerências do relatório do GPIAM que mostram a “sua fragilidade”, destacando que está expresso no documento “que se fazia sentir uma ondulação de 2 metros no interior do Porto de São Roque do Pico, uma situação que é impossível pois se isso acontecesse, não estaria atracado no local um navio de contentores a operar normalmente” e que o levantamento de dados pelos técnicos do GPIAM decorreu “meses depois do acidente, apenas durante um dia e meio, o que é insuficiente para determinar que existiria uma fissura prévia no cabeço de amarração”.
“O relatório refere ainda que na rampa roll on/roll off tinham sido colocados apenas dois novos cabeços. Tal não corresponde à verdade pois foram instalados um total de quatro cabeços, tendo sido entretanto retirado um que podia não garantir segurança à operação da rampa do Gilberto Mariano”, salientou o deputado socialista.
“A verdade é que os cabeços de amarração instalados nos portos dos Açores estão adequados e até sobredimensionados relativamente aos navios que lá operam, seja os de grande dimensão seja os navios Gilberto Mariano e Mestre Simão, comprovando-se que nas decisões tomadas pelo Governo dos Açores não houve qualquer falha de dimensionamento dos portos e dos novos navios”, realçou o deputado socialista.
Lizuarte Machado sublinhou que é “errado concluir, como conclui o relatório GPIAM que sendo a carga nominal máxima do cabeço de 300 kN, a carga de rotura seria de pelo menos 900 kn, porque não há norma que regule a relação entre a carga de rutura e a carga nominal dos cabeços e as administrações portuárias apenas indicam, para cada cabeço, a carga nominal máxima”.
“O relatório do GPIAM é apenas um relatório dos muitos que serão analisados na Comissão de Inquérito aos Transportes Marítimos; o que se espera é que haja abertura de espírito e disponibilidade de todos os partidos para analisar este e outros relatórios e para se concluir o que se deve concluir e não o que um relatório mal fundamentado nos quer dizer”, concluiu Lizuarte Machado.
Intervenção de Lizuarte Machado