O cabeça de lista do PS/Açores às próximas eleições legislativas considerou, esta terça-feira, que o serviço público de televisão nos Açores “está muito aquém do que devia e podia estar”. Carlos César - que falava após visitar as instalações e reunir com a direção da Rádio e Televisão Pública dos Açores - saiu deste encontro com “a perceção que tinha nos últimos quatro anos”, em que “houve um empobrecimento e uma degradação progressiva das condições de prestação do serviço público de rádio e televisão nos Açores”.
O número um da lista do PS/Açores à Assembleia da República elencou um conjunto de situações que têm evidenciado e contribuído para a degradação do serviço de televisão pública nos Açores. “Não faltam as ilhas onde a cobertura não é feita através de correspondentes locais, o noticiário é muito concentrado nas ilhas de maior dimensão no que diz respeito à informação, muitas das funções que são essenciais, especialmente no domínio da televisão – que é a de sentir os açorianos parte de um único território – são negligenciadas e, portanto, este serviço tem estado muito aquém do que devia e podia estar”.
Para Carlos César, “a situação da televisão tem sido motivo de grande preocupação e de degradação constante. Estamos numa fase em que ou se investe na televisão ou, pura e simplesmente, este serviço público está condenado a um empobrecimento definitivo e a uma substituição pelas outras formas de comunicação e, designadamente, também pelos outros canais que estão progressivamente chegando aos Açores quer em direto quer através de correspondentes aqui sediados”.
Neste sentido, o cabeça de lista do PS/Açores defendeu que “o esforço tem que ser feito” e lembrou que “incumbe ao Estado a responsabilidade primeira e constitucional de prestação e de assegurar esse serviço. O Estado não pode fazer com a rádio e com a televisão aquilo que já faz com a polícia. É a Região que tem que comprar equipamentos para a polícia, que tem que oferecer automóveis. Não pode fazer o que já faz com as finanças, em que a Região já paga funcionários. Nas suas funções de soberania, nas suas funções de serviço público, o Estado não pode viver à custa da administração regional e dos impostos que deviam ser consignados às competências do governo regional”, denunciou.
Carlos César reiterou que pelo diagnóstico efetuado a verdade é que “o Estado não tem cumprido com as suas obrigações e uma das tarefas principais que devo assumir na minha candidatura é justamente obrigar o Estado a ser aquilo que devia ser”.
Por fim, o candidato socialista – e antigo Presidente do Governo Regional dos Açores – defendeu que os Açores precisam de uma televisão que consolide uma imagem positiva no exterior e que ligue a Região às comunidades na diáspora. “Precisamos, para isso, que quer a rádio quer a televisão melhorem as suas condições no domínio dos recursos humanos, no domínio tecnológico e no domínio dos seus conteúdos”, concluiu.