O Presidente do Partido Socialista considerou, esta quarta-feira em Ponta Delgada, que Passos Coelho e Paulo Portas querem evitar falar dos últimos quatro anos e do futuro de Portugal.
Em declarações aos jornalistas a propósito da divulgação de uma carta enviada, em 2011, por Passos Coelho ao anterior Primeiro-Ministro solicitando a intervenção externa em Portugal, Carlos César - que também é cabeça de lista do PS pelo círculo eleitoral dos Açores - considerou que este facto “lembra-nos a fragilidade dos líderes da coligação que nos têm governado nos últimos quatro anos.
De acordo com Carlos César, Paulo Portas “desenvolve uma relação lúdica da política e da comunicação com as pessoas num jogo de enganos. Ao menos sorri sempre quando engana, ou seja, está quase sempre a sorrir”, enquanto “Passos Coelho é um caso mais sério de incompatibilidade permanente e continuada com a verdade”.
O Presidente do PS lembrou que “todos os portugueses se recordam das críticas violentas da chanceler alemã Merkel a Passos Coelho” quando este se recusou a aprovar o Programa de Estabilidade e Crescimento que já tinha o apoio de todos os parceiros europeus, provocando assim o derrube do governo. “Por isso mesmo, acabou por fazer uma carta solicitando a intervenção de uma entidade externa, no caso o Fundo Monetário Internacional, para solver compromissos que evidentemente não podiam ser solvidos depois do derrube do governo e do chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento”, reiterou.
Para Carlos César, a consequência óbvia destes dois atos foi a desclassificação portuguesa pelas agências de rating e as dificuldades de crédito no mercado. “E enquanto Passos Coelho fazia trinta por uma linha para que desse tudo errado e para que o governo fosse derrubado, a verdade é que António Costa já não estava no Governo desde 2007 e estava, justamente ao mesmo tempo, a salvar as finanças públicas da Câmara Municipal de Lisboa”. O líder socialista defende, por isso, que os portugueses já perceberam o objetivo desta polémica em redor da vinda da troika para Portugal. “É que se fale do passado remoto, mas que não se fale de 2012, 2013, 2014 e 2015, anos em que Passos Coelho e Paulo Portas têm enterrado o país e que, sobretudo, não se fale do que eles querem fazer nos próximos quatro anos”, concluiu.