O Presidente do Governo enalteceu hoje o contributo dos agricultores açorianos para o regular abastecimento da Região na situação de pandemia de COVID-19, um setor que “nunca parou” mesmo face às “circunstâncias extraordinárias” vividas nos últimos cerca de seis meses.
“A agricultura foi um dos setores que nunca parou. E o facto de nunca ter parado foi essencial para que, do ponto de vista do abastecimento, fosse possível manter na Região essa situação de regularidade, mesmo em circunstâncias extraordinárias”, afirmou Vasco Cordeiro, após ter recebido a nova Direção da Federação Agrícola dos Açores (FAA), presidida por Jorge Rita.
Após a audiência, que decorreu em Ponta Delgada, o Presidente do Governo salientou que esta regularidade do abastecimento se deve, em primeiro lugar, aos agricultores açorianos de todos os setores, desde a produção de leite e carne, até à área da diversificação.
“Mas este foi um setor que também foi afetado pela situação de pandemia, não diretamente, mas do ponto de vista dos mercados” a que se destinam as produções, referiu Vasco Cordeiro, recordando que, perante isso, foram adotadas várias medidas regionais, como o apoio de 45 euros à vaca leiteira, mas também apoios às queijarias tradicionais e aos setores da vitivinicultura e da floricultura.
Em declarações aos jornalistas, o Presidente do Governo considerou, por outro lado, a Federação Agrícola dos Açores, à semelhança do que acontece com um conjunto de outras entidades representativas do setor, um “parceiro importantíssimo” no desenvolvimento do setor agrícola.
Nesse sentido, apontou o exemplo do trabalho de parceria que tem sido possível fazer, seja no âmbito da conformação e da elaboração de medidas regionais, seja no que tem a ver com a defesa do setor agrícola em outras instâncias fora da Região.
“Mesmo nas circunstâncias em que não estamos de acordo, é deste confronto de ideias que, muitas vezes, se alcançam as melhores soluções. Eu gostava de reconhecer a lealdade institucional, mas também o clima de colaboração, de disponibilidade e de trabalho que tem sido possível desenvolver com a FAA”, sublinhou.
Este é um trabalho que “tem produzido resultados muito interessantes na Região”, assegurou o Presidente do Governo, para quem há um conjunto de indicadores que são bastante elucidativos da situação atual e dos desafios presentes e futuros.
“Nos últimos sete anos, tivemos um aumento de cerca de 16 por cento na produção média por exploração, um aumento de 07 por cento do volume de negócios das indústrias de lacticínios, um aumento de 11 por cento na quantidade de queijo fabricado, mas também uma redução de 08 por cento no preço médio do litro de leite pago ao produtor”, referiu Vasco Cordeiro.
“Esse é um facto que continua a exigir muito trabalho e um esforço de todas as entidades”, garantiu o Presidente do Governo, ao assegurar que esse trabalho já está a ser desenvolvido através, por exemplo, do funcionamento do Centro Açoriano do Leite e Lacticínios e da campanha de promoção de três anos que está a decorrer no Canadá.
“Temos consciência de que, apesar do que já fizemos, há ainda muito mais a fazer. Por muito que esses números nos mostrem uma realidade que foi transformada, há ainda muito mais que se pode fazer”, concluiu Vasco Cordeiro.
(GaCS)