O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou hoje, na Lagoa, que “mais importante que a competição na Ciência, é a cooperação”, frisando que “não é possível haver desenvolvimento se não houver cooperação”.
“A ciência é cada vez mais multidisciplinar, mais transversal, e se nos ‘fecharmos nas nossas capelinhas’ e não estivermos abertos a estas cooperações, não vamos dar o salto que desejamos”, salientou Gui Menezes, que falava na sessão de apresentação do primeiro Núcleo de Investigação & Desenvolvimento (ID) da Região, MILKFIBRE, envolvendo a empresa Fibrenamics e o INOVA, e que contou com financiamento do PO Açores 2020.
Segundo Gui Menezes, este projeto de núcleo de ID em fibra láctea “é a prova de que a transferência de conhecimento entre empresas e centros de investigação é o caminho para o desenvolvimento de ideias e projetos inovadores, que podem tirar partido dos recursos existentes na nossa Região, neste caso concreto, a partir de resíduos do leite, potenciando-os, e criando riqueza”.
“Este é um novo caminho de valorização da fileira do leite, que contribui para uma utilização mais sustentável dos subprodutos e que pode trazer mais valor ao setor, contribuindo para a chamada economia circular”, afirmou.
Na sua intervenção, o governante disse que este núcleo de ID representa “um passo importante na consolidação da área dos materiais, na perspetiva da investigação e desenvolvimento”, acrescentando que “surgiu após o desafio lançado pelo Governo dos Açores, através da Direção Regional da Ciência e Tecnologia, junto dos atuais promotores”.
Gui Menezes revelou que, no âmbito do concurso lançado pelo Executivo açoriano para apoiar projetos de ID alinhados com a RIS3 Açores, “foram financiados oito projetos que, direta ou indiretamente, contemplam o aproveitamento de recursos naturais para um determinado fim, em particular para o desenvolvimento de novos produtos passíveis de serem utilizados em diferentes aplicações, estando ainda outro projeto em análise”.
A estes nove projetos junta-se mais um, na área da economia circular no setor da construção civil, financiado pelo mecanismo financeiro EEA Grants e liderado pelo LREC, em copromoção com a Fibrenamics/Centro de Inovação em Materiais e Produtos Avançados (CIMPA).
Para o Secretário Regional, “é desejável que esta dinâmica se consolide ao ponto de atrair para os Açores e para o sistema científico e tecnológico regional outras entidades com conhecimento aprofundado nesta área das ciências dos materiais e com forte potencial de industrialização”.
Gui Menezes, citando o investigador Mariano Gago, afirmou que “‘investir na ciência é investir no futuro’”, frisando que “é isso que está a ser feito nos Açores”.
“Temos, cada vez mais, de promover a excelência da investigação que se faz nos Açores, mas também no mundo, e cooperar, criar consórcios e internacionalizar a nossa investigação, valorizando as nossas especificidades e as áreas estratégicas que temos”, afirmou.
O titular da pasta da Ciência afirmou ainda, na sua intervenção, que “não somos bons em tudo, não podemos ser bons em tudo, mas temos áreas estratégicas com enorme potencial para criar mais riqueza, mais emprego e mais desenvolvimento”.
“Contamos com todos para os desafios que são de todos e que são do futuro dos Açores”, frisou.
Com um investimento superior a 300 mil euros, o núcleo de ID MILKFIBRE arrancou em janeiro e tem a duração de três anos.
(GaCS)