A Diretora Regional da Energia revelou hoje que a Região integra um consórcio europeu que pretende criar um ecossistema demonstrativo da transição energética em contexto de ilhas, sendo, neste caso, a ilha Terceira “o palco para a implementação de soluções emergentes e tecnologias disruptivas em matéria de energia”.
Andreia Carreiro salientou que se trata do projeto IANOS - IntegrAted SolutioNs for the DecarbOnization and Smartification of Islands, que pretende, através de intervenção direta no terreno, evidenciar o potencial de incremento das fontes renováveis em uso nos espaços insulares, ultrapassando os desafios de gestão de rede.
No âmbito desta iniciativa, com uma duração de quatro anos, “serão implementadas e desenvolvidas diversas soluções tecnológicas inovadoras na ilha Terceira, tendo em vista a criação de uma comunidade de energia, promovendo a maximização da integração de energia limpa e respetivo armazenamento, rumo ao desenvolvimento de um verdadeiro ecossistema de demonstração para a transição energética”, acrescentou.
Este sistema será monitorizado e otimizado a partir de contadores e infraestruturas para a criação de redes inteligentes.
“A aposta na mobilidade elétrica será também evidente com base em soluções ’Vehicle-to-Grid’ (V2G), tecnologia já em teste nos Açores, na ilha de São Miguel, que permite usufruir da bateria do veículo elétrico numa lógica descentralizada e de forma bidirecional, possibilitando a troca de fluxos de energia com o intuito de estabilizar a rede elétrica, garantido uma maior qualidade e segurança de abastecimento à população”, disse a Diretora Regional.
A formação e sensibilização são uma peça-chave do projeto IANOS, “de modo a aumentar a consciencialização dos cidadãos para as vantagens e benefícios económicos e ambientais resultantes da descarbonização das suas localidades e das suas ilhas, incrementando o seu compromisso nesta matéria”, frisou Andreia Carreiro.
Este projeto é composto por um consórcio de 34 parceiros de oito países, com uma dotação global superior a oito milhões de euros, sendo financiado pelo programa Horizonte 2020, que estimula a investigação e a inovação em território europeu.
A nível nacional, o IANOS cria sinergias entre a EDP – Energias de Portugal, enquanto coordenadora do projeto, o Governo dos Açores, a EDA – Eletricidade dos Açores, o Uninova – Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias, a EFACEC – Power Solutions, a VPS – Virtual Power Solutions e a BeON Energy, entidades que vão colaborar com diversos parceiros institucionais, centros de investigação e associações da Finlândia, Escócia, Países Baixos, Itália, França e Grécia.
Para Andreia Carreiro, a concretização deste projeto europeu na Região “é mais um reconhecimento do potencial dos Açores, bem como ao trabalho de projeção internacional realizado pelo Executivo açoriano em matéria de energia, divulgando o potencial da Região enquanto líder na transição energética além-fronteiras”.
“O arquipélago dá, assim, mais um passo no seu posicionamento estratégico ao captar financiamento e investimento externo, evidenciando uma participação crescente em atividades de investigação e desenvolvimento num contexto europeu – como é o caso dos projetos RESOR e EMOBICITY – e em redes de parceiros com interesses e objetivos comuns que promovem a partilha de conhecimento e o fomento daquelas atividades em prol de um desenvolvimento económico, ambiental e social sustentável e inovador”, afirmou a Diretora Regional.