Na abertura do debate parlamentar sobre o Programa de Governo, Andreia Cardoso deixou claro que o PS/Açores vai escrutinar, de forma construtiva, a proposta apresentada pela coligação PSD/CDS/PPM, com o apoio do Chega e da Iniciativa Liberal. No entanto, como realçou a vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS Açores, “não há tempo para passividade, experimentalismo e muito menos para vitimização, desresponsabilização ou catastrofismo”.
“Exige-se rapidez na análise dos desafios e prontidão nas soluções. As famílias e as empresas não podem esperar”, avisou Andreia Cardoso, lembrando que o momento que se vive é “exigente” como, aliás, “foi ao longo dos últimos 10 meses” em que o Partido Socialista assumiu como grandes prioridades “preservar a saúde, preservar o emprego e as empresas e preservar o rendimento das famílias”.
Andreia Cardoso exigiu que o PSD assuma a “enorme responsabilidade de não deixar degradar as condições socio económicas das famílias e relançar as empresas” e, lembrou que, como insistia o próprio PSD “há mais vida para além da COVID”. Quanto às questões colocadas pela bancada socialista, relativamente às prioridades expressas na proposta de Programa de Governo, o Presidente do Executivo não respondeu.
“Em que medida este é o programa de um Governo que se diz transformista, que dedica 4 páginas e meia, 763 palavras, a detalhar medidas na área do Desporto mas que dedica apenas duas linhas, repito, duas linhas, à política regional de Saúde Mental?”, questionou a parlamentar socialista.
“De que forma este é o Programa de um Governo que se diz personalista, que afirma que as pessoas estão primeiro, mas cria mais conselhos, mais comissões, mais observatórios, mais estruturas do que o número de vezes que surgem, neste texto todo, a palavra mulher ou a palavra criança. É verdade: as estruturas ganham 10 a 3”, interrogou a socialista.
Andreia Cardoso garante que o PS vai assumir “a responsabilidade acrescida” do ter sido o Partido mais votado, “40.700 [Açorianos] votaram no programa eleitoral do Partido Socialista” e, em nome da transparência, questionou José Manuel Boleiro sobre “de que parte do seu programa prescindiu o PSD para acomodar o programa dos outros partidos cujo apoio é condição?”.
Os deputados do PS Açores apresentam-se a debate “comprometidos e empenhados, atuantes e exigentes, críticos, mas construtivos - É com isto que as Açorianas e os Açorianos podem contar, sempre, da nossa parte”, assegurou Andreia Cardoso, terminando a primeira intervenção lembrando as palavras de André Bradford: “Para nós os Açores não são um pretexto são antes a razão de ser e o fim último de toda a nossa ação política.”