O Grupo Parlamentar do PS/Açores condena a postura do Secretário Regional das Finanças Planeamento e Administração Pública, Bastos e Silva que, mesmo depois de ter sido desmentido pela Comissão Europeia, insiste em fazer afirmações falsas e graves sobre a SATA, prejudicando o futuro da companhia com o único objetivo de atacar o Partido Socialista.
Para Francisco César, as declarações da Comissão Europeia, noticiadas pela Agência Lusa, sobre esta matéria foram claras: “A investigação aberta às ajudas à transportadora SATA "continua" (…) Nesta fase, não conseguimos prever em que momento [será revelado] e que resultado terá a investigação. De acordo com a prática normal, a Comissão está em contacto com Portugal e outras partes interessadas no contexto da sua investigação em curso".
Em conferência de imprensa realizada esta manhã na Horta, Francisco César explicou ao Jornalistas que se a decisão de Bruxelas já estivesse efetivamente tomada, a resposta à LUSA teria sido diferente. O secretário Bastos e Silva “faltou à verdade” ontem quando garantiu no debate em plenário os aumentos de capitais foram considerados “ilegais” e hoje insistiu nessa mentira apenas com o objetivo de tentar “atacar o Partido Socialista”
“Num assunto de tamanha importância para a Região Autónoma dos Açores, não é admissível tamanha ligeireza, má-fé e aproveitamento político. Esta posição do senhor secretário é, a nosso ver, grave e é também contraditória”, sublinhou Francisco César, realçando desde logo a quebra de confidencialidade por parte do secretário regional que divulgou informações sobre negociações que ainda estão em curso e que são confidenciais.
“O senhor secretário regional das finanças preferiu sobretudo prejudicar o Partido Socialista” em vez de “tentar, no âmbito daquelas que são as suas funções, proteger e defender o grupo SATA”, adiantou o Parlamentar socialista, considerando que as declarações de Bastos e Silva vão ter consequências “na conclusão final que possa vir a ser encontrada pela Comissão Europeia, pois o governo assume publicamente uma decisão que ainda não está tomada”.
Os Açorianos, defende Francisco César, precisam de um Governo que lute pelos seus interesses e não que aceite “sem contestar, sem reivindicar, sem negociar uma posição que a Comissão Europeia ainda não tomou publicamente”. A “forma irresponsável como este assunto foi tratado pode trazer – e o sr. Secretário vai ter de explicar isso – graves danos reputacionais à empresa”, adiantou ainda.
“O que é que irão pensar as empresas que se relacionam com o grupo SATA, que são credoras do grupo SATA, quando é o próprio secretário regional das finanças a dizer que a SATA está numa situação muito difícil e de possível insolvência? Considera o povo Açoriano que isto é uma boa forma de tratar um assunto que pode inclusivamente prejudicar as relações negociais da SATA com os seus próprios fornecedores? Qual é a credibilidade que uma empresa como a SATA vai ter nas suas negociações com a suas entidades bancárias?”, interrogou.
Francisco César também condenou as contradições do secretário regional: “Por aquilo que percebemos pelas declarações do senhor secretário, foi pedido pela Comissão Europeia, no âmbito do processo negocial, que houvesse sigilo para dar tempo à empresa e ao governo para se poderem preparar no âmbito da restruturação que está a ser feita e do processo que está a ser avaliado. Bom, aquilo que o senhor secretário fez com as suas declarações foi exatamente o contrário do que lhe supostamente lhe foi pedido: foi retirar tempo à empresa”.