Lara Martinho, deputada do Partido Socialista dos Açores à Assembleia da República, considerou, esta terça-feira, que a atenção especial que deve ser conferida às especificidades das Regiões Ultraperiféricas, bem como a resolução das disputas comerciais com os EUA, nomeadamente no que à eliminação das taxas adicionais ao queijo de São Jorge diz respeito, são duas das áreas cuja ação da Comissão Europeia se assume como relevante.
A vice-presidente do GPPS, que participava na audição pública da Comissária da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, no âmbito da Comissão de Assuntos Europeus relativa à apresentação do Programa de Trabalho da Comissão Europeia para 2021, destacava assim, relativamente às Regiões Ultraperiféricas, a importância de a Comissão ter sempre presente “as especificidades destas regiões, em particular dos Açores e da Madeira, adequando de forma efetiva os vários instrumentos às suas necessidades”.
Já em relação às relações transatlânticas, Lara Martinho referiu o afastamento e deterioração na relação com os EUA ao longo dos últimos quatro anos, lembrando a aplicação de tarifas à exportação de produtos europeus, destacando, no caso de Portugal, “o aumento das tarifas à exportação de queijo de São Jorge”.
Nesse sentido, e referindo-se à eleição de um novo Presidente dos EUA, a parlamentar socialista considerou ser esta uma importante oportunidade “para reconstruir a relação transatlântica nas suas múltiplas vertentes comercial, diplomática, climática, da segurança e da defesa”, defendendo, por essa via, que não se adie esta agenda.
“Temos de reaproximar os EUA, resolver as disputas económicas existentes, trabalhar no reforço da relação comercial, mas também no aprofundamento da relação diplomática e do papel que juntos, UE e EUA, podem ter no mundo”, defendeu a deputada.
Atendendo ao difícil momento político que os EUA atravessam, Lara Martinho considerou ser fundamental o reforço desta relação transatlântica, que contribuirá para o reforço da democracia e do multilateralismo no mundo. “Este é o momento de a Europa dar a mão aos EUA, e espero que a Comissão Europeia contribua para este desígnio”, afirmou a deputada.