A deputada do Partido Socialista dos Açores à Assembleia da República, Lara Martinho, reconheceu esta quinta-feira o “inexcedível trabalho” das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e das Misericórdias, como parceiros estratégicos na gestão da pandemia da Covid-19, defendendo, na ocasião, a necessidade de se caminhar para uma verdadeira União Europeia da Saúde.
Para a vice-presidente do GPPS, que numa audição conjunta interpelava os Presidentes da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e da União das Misericórdias Portuguesas, foi visível ao longo dos últimos meses “a dedicação e o esforço” dos dirigentes, trabalhadores, famílias e voluntários das Estruturas Residenciais para pessoas Idosas e das IPSS que, “num espírito de missão e de cooperação implementaram medidas de saúde pública e de diminuição do contágio”
Nesse sentido, e relembrando o reforço dos serviços prestados durante este período, a deputada Socialista questionou o Padre Lino Maia e o Dr. Manuel de Lemos sobre a forma como se pode minimizar o risco nos lares, atendendo a que o principal fator de contágio está relacionado com o contacto entre os utentes e os funcionários e dirigentes, as pessoas que garantem o funcionamento da instituição. Lara Martinho questionou ainda quanto às exigências que serão colocas aos lares do futuro e que experiências europeias e internacionais se destacam nesta matéria, por fim sobre o apoio domiciliário questionou o que se poderá revolucionar no apoio domiciliário, referindo ser esta a resposta preferencial.
Apesar da multiplicidade de programas nacionais desenvolvidos no sentido de apoiar as instituições, a deputada Socialista lembrou que ainda persistem questões importantes por resolver, como “a importância da revisão do financiamento às instituições, o apoio à transição digital, o desenvolvimento de planos extraordinários de formação para contextos de emergência como sejam crises de saúde publica”, bem como outras novas questões.
Assim, e defendendo que os novos Fundos Europeus possam contribuir para a resolução destas questões, Lara Martinho considerou como crucial a necessidade de uma nova abordagem europeia, no sentido de se poder caminhar para “uma verdadeira União Europeia da Saúde”.
“Desafios globais exigem respostas globais, e esta pandemia já demonstrou o papel crucial que a UE pode e deve ter no apoio aos Estados membros, no caso da aquisição das vacinas, mas também o papel que pode e deve ter na mobilização de recursos a disponibilizar. Este é o momento para aprofundarmos a Europa da Saúde. É por isso, tão relevante que o desenvolvimento de instrumentos europeus em matéria de política de saúde seja um dos objetivos da presidência portuguesa da EU”, considerou a deputada do PS/Açores.
Em resposta, o Padre Lino Maia, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, considerou que o modelo de cooperação implementado nos Açores “tem méritos”, e para o qual, “nós, aqui no continente, devemos ponderar melhor e ver o que lá se faz”, considerando ainda a necessidade de uma maior comparticipação por parte do Estado. Já o Presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, sublinhou a total cooperação com o Estado nestas matérias, adiantando estarem agora a terminar um programa modelo de lar do futuro.