A deputada do Partido Socialista dos Açores à Assembleia da República, Lara Martinho, mencionou o papel determinante que a TAP representa nas ligações às Regiões Autónomas, para defender “uma aposta cada vez mais robusta nas rotas para com os Açores”, no âmbito da estratégia futura da companhia.
Para a vice-presidente do GPPS, que interpelava o Presidente da Comissão Executiva da TAP, Dr. Ramiro Sequeira, no âmbito da audição parlamentar, a companhia providencia importantes ligações, não só dos Açores para o continente português, mas também ao assegurar mais de 60% das ligações entre a Região e a Europa, números demonstrativos “da importância da TAP para a coesão territorial”, bem como o papel que a companhia tem desempenhado “para o crescimento do turismo nos Açores”.
No entanto, a parlamentar socialista manifestou a sua preocupação pelo facto de o plano de reestruturação da TAP mencionar como medidas para melhorar a receita, o “aproveitamento” de parcerias já existentes bem como novas, nomeadamente “fechar negociações da Joint Venture com a Azul” e “desenvolver mais noutras parcerias existentes”, nomeadamente os parceiros da aliança, alertando não encontrar referências especificas à Azores Airlines.
“Já tive oportunidade de mencionar ao Ministro Pedro Nuno Santos, bem como ao Presidente do Conselho de Administração, Miguel Frasquilho, que as duas companhias aéreas nacionais não podem concorrer entre si, até porque acabarão por ser ambas penalizadas”, admitiu a deputada, acrescentando que no seu entender o aprofundamento da parceria entre a TAP e a Azores Airlines “deve ser uma prioridade nacional, mas também regional”.
Nesse sentido, e no âmbito Plano de Reestruturação da TAP, Lara Martinho solicitou informações quanto à estratégia da companhia para as ligações com as Regiões Autónomas, bem como sobre a estratégia a adotar quanto à Azores Airlines.
Em resposta, o Presidente da Comissão Executiva da TAP, Ramiro Sequeira, reafirmou o compromisso da companhia em manter a sua operação e a coesão nacional, mencionando que antes da pandemia a transportadora registou uma evolução nas rotas com as Regiões Autónomas, o que, nos últimos cinco anos, permitiu um crescimento considerável em relação aos Açores, “passamos de 278 mil para 650 mil assentos”.
Porém, e apesar de a pandemia de Covid-19, Ramiro Sequeira admitiu não estar em causa o compromisso da TAP para com o País, frisando, nesse sentido, que se tem mantido “reuniões com os diferentes interlocutores do setor do turismo, nomeadamente o turismo de Portugal e o turismo regional das diferentes regiões”, um compromisso que, conforme assegurou, “se vai manter para todos os aeroportos onde a TAP opera a nível nacional”, não faltando assim a coesão nacional.