A deputada do Partido Socialista dos Açores à Assembleia da República manifestou a sua satisfação com o agendamento para 11 a 14 de maio do primeiro curso a realizar no âmbito do Atlantic Centre, um projeto que para a parlamentar socialista será “uma referência nacional no domínio da segurança marítima”.
No decorrer desta primeira formação, que contará “com a presença de 30 participantes e formadores de todo o Atlântico”, Lara Martinho, que interpelava o Ministro da Defesa Nacional, salientou ainda a importância de se realizar a 14 de maio o evento da Presidência Portuguesa da União Europeia, para discutir estas iniciativas europeias e oficializar o Atlantic Centre.
No decorrer da audição, e mencionando a primeira reunião do Trio de presidências que ocorreu recentemente, na qual foram analisados os desenvolvimentos relacionados com a “Bússola Estratégica - a Estratégia da União Europeia para a Segurança Marítima e as Relações Transatlânticas”, a vice-presidente do GPPS solicitou informações sobre o que de mais relevante resultou desse encontro, nomeadamente ao nível da Bússola Estratégica, bem como a análise “das presenças marítimas coordenadas; das relações transatlânticas; das relações entre União Europeia – NATO, assim como ao nível do Mecanismo Europeu para a Paz”.
A socialista, que referiu ainda a presença da nova administração norte-americana na Cimeira de Ministros da Defesa da NATO, marcando uma nova era na relação transatlântica, “depois de alguns anos de impasse e até mesmo de retrocessos”, questionou o Ministro da Defesa sobre o significado para a NATO, para a União Europeia da Defesa e para Portugal, “de ter novamente os EUA com uma postura colaborativa, de união e partilha de objetivos estratégicos comuns no cenário geopolítico e estratégico internacional”.
Lara Martinho salientou que “este foi o primeiro encontro já com a nova administração norte-americana e é interessante constatar que nesse mesmo dia, foi anunciada a expansão da missão de treino da NATO no Iraque, e o adiamento da decisão sobre a data para retirar as tropas do Afeganistão”. Outro dos pontos debatido foi o próprio processo de reflexão NATO 2030 – um processo fundamental para que a Aliança esteja preparada e capacitada para responder aos desafios e às ameaças do futuro, incluindo as alterações climáticas, aliás a deputada salientou o estudo sobre a pegada de carbono do setor militar da Europa, em 2019, que estima que tenham sido ultrapassados os 24,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono, “mesmo sendo uma estimativa apenas referente à Europa demonstra bem o desafio que temos pela frente.”
Respondendo à deputada, João Gomes Cravinho destacou a abordagem distinta desta nova administração, quer face à Europa, quer face à relação transatlântica, possibilitando agora que se pense um novo conceito estratégico para a NATO, uma questão que tinha vindo a ser adiada ao longo dos últimos anos, “por não ser possível encontrar dos dois lados do Atlântico uma visão comum sobre aquilo que deveria ser a NATO”.
O Ministro mencionou ainda a necessidade sublinhada de a NATO ser “uma plataforma de diálogo político transatlântico”, reforçando a disponibilidade dos dois lados do Atlântico para que seja “de diálogo sobre as transformações do mundo e a forma como devemos responder em conjunto”.