“A decisão de se suspender as atividades letivas presenciais em todas as escolas de São Miguel revela que estamos a dar vários passos atrás no controlo da situação pandémica, particularmente da variante do Reino Unido, na Região”, considerou, esta sexta-feira, a Juventude Socialista dos Açores.
Face à confirmação de que existem mais de cem casos da estirpe inglesa do vírus Sars-CoV-2 em São Miguel, a JS dos Açores vem manifestar a sua preocupação e pedir que a informação sobre a evolução da pandemia seja mais rigorosa e transparente. “No dia 4 de março, o Presidente da Comissão de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia afirmou e passo a citar: ‘Não há a livre circulação de novas estirpes dentro da Região’. Na semana seguinte eram confirmados mais de 20 casos da nova estirpe em São Miguel e uma semana depois já temos mais de cem”.
“É certo que esta nova estirpe tem uma propagação bastante mais rápida, mas como se explica que em apenas 15 dias tenhamos passado de uma situação que nos diziam ser “perfeitamente normal”, que não devia ser motivo de preocupação, para este aparente descontrolo de casos da nova variante que se regista em vários concelhos da nossa ilha? Que acompanhamento foi, verdadeiramente, feito pelas autoridades em relação à nova estirpe do Coronavírus?”, questiona a JS/Açores, sublinhando que “os ziguezagues do presidente da Comissão de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia em torno da circulação de novas estirpes dentro da Região, são motivo de apreensão e têm consequências não só nas questões da saúde, mas também nas medidas urgentes que depois precisam de ser implementadas, como aconteceu com a decisão de suspender as atividades letivas presenciais em todas as escolas de São Miguel, revelando que temos claros e evidentes sinais de um descontrolo da situação pandémica da nova variante”.
Para a JS/Açores, a decisão de se voltar a encerrar as escolhas da ilha de São Miguel leva a que a comunidade educativa esteja em permanente sobressalto, “estamos a assistir de novo a um “abre e fecha”, que traz mais incertezas e receio social na comunidade educativa, que vai afetar mais uma vez os alunos”, quando se pedia “mais segurança e previsibilidade para retomarem as suas vidas com normalidade”.
Sublinham ainda a sua preocupação com a “falta de preparação, organização e planeamento das atividades letivas à distância”, contribuindo para o agravamento “das desigualdades sociais e dos irremediáveis prejuízos na aprendizagem dos nossos alunos, sabendo das diferentes consequências consoante as idades e os contextos dos alunos”.
De acordo com a Juventude Socialista dos Açores, e independentemente de a interrupção letiva acontecer já no final da próxima semana, “este fecho temporário das escolas não deve desresponsabilizar o Governo no acompanhamento e garantia de aprendizagem dos nossos alunos”, mas, simultaneamente, a Região deve acautelar medidas para que no futuro, “perante acontecimentos semelhantes, se evite pedir mais sacrifícios às escolas e aos seus alunos, evitando assim que sejam prejudicados”.
Para a JS/Açores importa ainda esclarecer em que situação fica o processo de testagem massiva que estava em curso nas escolas dos Açores, questionando para esse fim, se o mesmo fica em suspenso ou se vão ser repetidos os testes já realizados.