A deputada do PS/Açores, Valdemira Gouveia, apresentou uma intervenção política sobre a problemática das dependências nos Açores, considerando que este assunto deve continuar “na agenda de prioridades do Governo Regional” e que, apesar do decréscimo de alguns consumos, é preciso reforçar o combate às novas substâncias psicoativas.
“Várias iniciativas foram levadas a efeito na nossa Região Autónoma dos Açores, por forma a que os nossos jovens e adultos, com comportamentos aditivos alterassem os seus modos de vida”, recordou a parlamentar. Citando informação do Instituto Nacional de Estatística (INE), referiu que “há a registar uma diminuição no consumo de cannabis, heroína, e uma diminuição de 3,3 pontos percentuais, de consumo de álcool, por parte dos nossos jovens e adultos, mantendo, assim, a Região abaixo da média Nacional, o que se deveu aos programas de prevenção levados a cabo em algumas escolas da Região”
No entanto, acrescentou, é preciso continuar a enfrentar este “problema psicossocial e de saúde pública, que afeta todo o mundo e, de forma especial e preocupante, a nossa Região Autónoma dos Açores”, onde também se regista “a existência de um aumento nos consumos de novas substâncias psicoativas na nossa Região”. É preciso, realçou, responder às “necessidades manifestadas por estas pessoas com perturbação de dependências e comportamentos aditivos, cuja vulnerabilidade psicossocial é uma das causas e consequências da toxicodependência”.
Valdemira Gouveia defendeu, em concreto, o reforço de equipas multidisciplinares, “incluindo a promoção de saúde mental e psicoterapia”, a “necessidade de se realizar uma melhor e atenta investigação na área destes comportamentos aditivos, por forma a descobrir fatores específicos, no contexto Açoriano” e “uma campanha de literacia em saúde mental, com enfoque na componente psicossocial da toxicodependência”. Considera que quem é preciso acabar com os estigmas que existem, “sensibilizando-se a comunidade para a importância de se envolver nesta luta que é de todos e todas nós”.
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista, referiu a deputada, “acredita na pertinência da articulação entre as entidades competentes, bem como a necessidade de se promover um trabalho consertado, desenvolvido por equipas especializadas, com vista a mobilizar competências numa terapia de continuidade, que visem a redução dos comportamentos de risco e a promoção de literacia em saúde, bem como a reinserção social e ocupação laboral. Esta é uma causa que a todos convoca”.