O Grupo Parlamentar do PS/Açores discorda da decisão do atual governo que se prepara para reduzir, no Plano e Orçamento deste ano, as verbas destinadas à recuperação das listas de espera. “O senhor Secretário da Saúde e do Desporto em bom rigor, ontem anunciou menos 1 milhão de euros, relativamente à dotação que havia em 2020”, deu nota Tiago Lopes, considerando por isso “redutor” o Plano de 2021 que, apesar de só ser debatido em abril, tem efeitos retroativos, ou seja, aplica-se a todo o ano.
“Ainda ontem o senhor Secretário anunciou a recuperação das listas de espera com 3,4 milhões de euros, ora tal valor resulta de uma ação no Plano que se limita a agregar o ‘Cirurge’ e o ‘Vale Saúde’ na mesma ação. No ano passado essas duas ações tinham 4,4 milhões de euros”, explicou o deputado do PS/Açores, esta sexta-feira, em plenário, durante o debate sobre uma iniciativa que diz respeito ao plano de retoma da atividade assistencial na área da saúde.
Tiago Lopes recordou que aquando do registo do primeiro caso positivo de Covid-19 “foi necessário o empenho, a articulação, a cooperação de todos os agentes para combater o que já foi designado como um inimigo invisível”, o que obrigou à “reprogramação de consultas e exames e a suspensão de determinada atividade, porque, efetivamente, o Serviço Regional de Saúde, em articulação com o dispositivo de saúde pública, precisava de concentrar esforços e recursos para responder à pandemia”.
“Compreendia-se que assim fosse e os utentes compreenderam também que assim fosse: compreenderam que médicos, enfermeiros, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, farmacêuticos, assistentes operacionais, assistentes administrativos estivessem concentrados em dar resposta à pandemia. Ninguém queria ver na Região as imagens que nos chegavam além-fronteiras”, adiantou.
Agora, defende Tiago Lopes, “todos somos capazes de avaliar o ponto de onde partimos e o que temos de recuperar - e recuperar ao mesmo tempo que definimos a trajetória de reforço do Serviço Regional de Saúde”. Nesse sentido, defende que a estratégia não deve ser a da diminuição de verbas, mas sim de reforço, “um reforço que cuide de profissionais, de utentes e que assegure o direito fundamental à saúde”.